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Brasil exporta primeira grande carga de grão-de-bico

Produto pertence a Osmar Artiaga, único a produzir em escala comercial no Brasil; demanda no exterior ajuda

Fonte: Pixabay

As primeiras grandes cargas de grão de bico do Brasil destinada à exportação deixou Goiás nesta semana com destino ao Paraná. De lá, o produto segue para a Colômbia e Emirados Árabes. 

As cargas, de 24 toneladas cada, são do produtor Osmar Artiaga, único a produzir o grão em escala comercial no país. Nesta safra, o plantiu atingiu 400 hectares e colheu 800 toneladas de leguminosa. A produtividade, considerada acima da média mundial, só é possível porque o produto é cultivado em área irrigada e, principalmente, pelo fato de o produtor usar a Alepo, uma variedade da Embrapa que funciona bem no solo nacional. 

“Para essa produtividade é necessário que você coloque água no momento que a planta precisa. O grão de bico é uma cultura que consome bem menos água que o restante, mas não é só cristalina que é bom pra produzir. Em todo planalto central com altitude acima de 600 metros e que tem o período seco bem definido, é possível se produzir o grão de bico”, afirma Osmar. 

A carga que vai para o mercado externo foi vendida a US$ 1,40 o quilo. O preço é semelhante ao praticado no Brasil. A vantagem é que vender para fora está na grande demanda mundial, calculada em 14 milhões de toneladas por ano. Enquanto isso, no Brasil se consome apenas oito toneladas anualmente. 

“A exportação para mim é totalmente desconhecida. Eu estou fazendo através de uma parceira, exportadora de pipoca. Está cumprindo todas as exigências alfandegárias. É tranquilo, desde que tenha padrão e o cliente esteja precisando. Não tá difícil de exportar”, analisa o produtor. 

A produção de grão de bico no país deve crescer nos próximos anos, inclusives em áreas de sequeiro. Segundo o pesquisador da Embrapa, Warley Nascimento, Minas Gerais e Mato Grosso são dois estados com potencial de boas produtividades. 

“Testamos alguns materiais, mas ainda não tivemos sucesso. São materiais que poderiam ser cultivados em períodos de safrinha, ou seja, que não dependessem da água de irrigação. A água de irrigação, além de encarecer, de aumentar o custo de produção, em alguns locais a gente já ve no país o problema de déficit hídrico”, comenta. 

“Então, se a gente conseguir material mais adaptável, mais tolerante ao déficit hídrico, a resistencia à seca, seria altamente viavel aos produtores. A gente tem trabalhado e isso leva tempo porque temos que desenvolver os materiais, fazer os cruzamentos. Mas eu acrdito que nos próximos quatro ou cinco anos, a gente possa ter um material mais adaptado as condições de sequeiro”, completa. 

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