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Notícias - Soja Brasil

Brasil exportou menos soja em 2020 e o resultado não é ruim; entenda o motivo!

No primeiro bimestre do ano, o país embarcou quase 9,6% a menos de soja para exterior. Só que o resultado é o 2º melhor da história! Já o 2º semestre pode ser complicado, confira!

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Foto: Ivan Bueno/AnP

Com o fechamento dos dados de fevereiro, o Brasil exportou 6,6 milhões de toneladas de soja em grão no primeiro bimestre de 2020, queda de 9,5% ante as 7,3 milhões de toneladas do mesmo período do ano passado. Este recuo até poderia ligar um sinal de atenção para o setor brasileiro, mas a realidade mostra que mesmo recuando, o resultado é muito superior aos números dos anos anteriores. Para se ter uma ideia, em 2018 o país exportou apenas 4,4 milhões de toneladas no bimestre, um recorde até aquele momento.

Com o surto de peste suína na China, acordo entre os asiáticos e os Estados Unidos pela soja e o avanço do coronavírus, muitos analistas acreditavam que o Brasil sentiria um impacto muito grande nas exportações, fato que até o momento não se concretizou.

De fato o país vendeu um pouco menos, mas os patamares seguem elevados, mostrando um setor já bastante consolidado e capaz de escoar a possível supersafra. Os dados, da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, refletem o atraso da colheita da safra de soja 2019/2020 em relação ao ano passado, quando já havia grandes volumes de soja disponíveis em fevereiro.

Ainda assim, o início da colheita, o grande volume negociado antecipadamente e o dólar forte ante o real garantiram um bom volume de embarques em fevereiro.

“Desde o ano passado eu já previa que o Brasil não perderia tanto com as crises. Já discordava de outros analistas mais pessimistas. A demanda chinesa pela soja brasileira vai ser muito forte no primeiro semestre. Depois, deve cair bastante, até mais do que o normal”, diz o consultor de mercado da Safras & Mercado para o Projeto Soja Brasil, Luis Fernando Gutierrez.

Ele justifica sua previsão para o segundo semestre apontando que os chineses devem voltar sua atenção para as compras dos Estados Unidos, para honrar o acordo que firmaram.

“Exportações fortes de soja no 2º semestre do Brasil não é o normal. Isso era uma distorção que começou em 2018, com o começo da guerra comercial entre China e EUA. A partir deste ano, a tendência é que os embarques comecem a voltar para a normalidade, ou seja, o Brasil tem vendas fortes no 1º semestre e o 2º o volume cai bastante, afinal a China buscará soja nos EUA”, diz Gutierrez.


Complexo (farelo, óleo e grão)

As exportações brasileiras do complexo soja somaram 5,946 milhões de toneladas em fevereiro, 4,2% menos que os 6,207 milhões de toneladas de fevereiro de 2019. A receita com essas vendas recuou 5,4%, para US$ 2,094 bilhões, ante US$ 2,213 bilhões do segundo mês do ano passado.

Na comparação mensal, o aumento foi de 132,5% em volume e 140,9% em receita. Em janeiro, o Brasil havia exportado 2,557 milhões de toneladas e US$ 869 milhões do complexo soja.

Nos dois primeiros meses do ano, o volume exportado do complexo totalizou 8,504 milhões de toneladas, queda de 10,6% ante igual período de 2019. Já a receita com as vendas externas somou US$ 2,963 bilhões (-14,8%).

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Fevereiro soja em grão

No segundo mês do ano (18 dias úteis), o Brasil exportou 5,115 milhão de toneladas de soja em grão, 2,9% menos que os 5,267 milhões de toneladas de fevereiro do ano passado. Na comparação com janeiro, quando as exportações do grão haviam sido de 1,488 milhão de toneladas, houve aumento de 243,7%.

O faturamento com as vendas externas em fevereiro somou US$ 1,783 bilhão, 4,9% abaixo do US$ 1,874 bilhão de fevereiro de 2019. Mas houve incremento de 247,5% em relação aos US$ 513,3 milhões de janeiro.

Em fevereiro de 2020, o preço médio da tonelada da soja em grão exportada foi de US$ 348,60, ante os US$ 344,90 de janeiro e os US$ 355,90 de fevereiro de 2019.

Fevereiro Farelo e óleo

De farelo de soja, as exportações em fevereiro foram de 770,6 mil toneladas, 14,8% menos que as 904,6 mil toneladas de igual mês do ano passado. Na comparação com janeiro, quando o Brasil exportou 1,057 milhão de toneladas, o recuo foi de 27,1%.

A receita com os embarques ao exterior em fevereiro recuou 18,2%, para US$ 258,5 milhões, contra US$ 316,1 milhões em fevereiro de 2019. A queda em relação ao mês anterior (US$ 346,1 milhões) foi de 25,3%.

O preço médio da tonelada de farelo de soja embarcada no mês passado foi de US$ 335,40, contra US$ 327,40 por tonelada em janeiro de 2020 e US$ 349,90/t em fevereiro de 2019. Na soma de janeiro e fevereiro, as exportações atingem 1,827 milhão de toneladas, 14,6% abaixo de igual período do ano passado. Em receita, foram US$ 604,60 milhões (-23,3%).

Já de óleo de soja o Brasil exportou em fevereiro 60,4 mil toneladas, 67,3% acima das 36,1 mil de toneladas embarcadas em fevereiro de 2019. Na comparação com janeiro, quando saíram 12,6 mil toneladas do país, o volume cresceu 379,4%. Já a receita totalizou US$ 52,2 milhões, aumento de 125,0% ante 23,2 milhões em fevereiro do ano passado.

Na comparação mensal, as exportações aumentaram 427,3%, ante US$ 9,9 milhões em janeiro. O preço médio do produto embarcado foi de US$ 865,30 a tonelada, ante US$ 782,70/t em janeiro/20 e US$ 641,50/t em fevereiro/19. No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o volume exportado foi de 73 mil toneladas, queda de 1,6% ante igual intervalo de 2019. Em receita, as vendas externas totalizaram US$ 62,10 milhões (+31,6%).

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