As nações emergentes relutam em oferecer novas concessões para abertura do setor e reafirmaram que os países ricos devem ceder na área da agricultura.
? Lembremos que buscamos e queremos uma rodada do desenvolvimento ? acrescentou Amorim.
Os países da Organização Mundial do Comércio (OMC) constataram que os avanços são lentos e as ofertas, pequenas. Além disso, lembraram que é preciso “intensificar” o trabalho caso queiram que a negociação termine com um acordo que desbloqueie a Rodada de Doha sobre a liberalização do comércio mundial.
No entanto, estas nações rejeitaram a criação de novas cartas e não apresentaram outras propostas para a abertura dos mercados industriais, como desejam União Européia (UE) e Estados Unidos. Para o ministro Celso Amorim, os avanços conseguidos até agora se devem à unidade dos emergentes.
Poucas novidades apareceram desde oferta de ontem dos EUA para reduzir para US$ 15 bilhões os subsídios a seus agricultores, uma proposta mal recebida por Índia, Brasil e outros países latino-americanos como Argentina e México.
Mudar a técnica
O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, resumiu a necessidade de mudar a técnica de trabalho e abordar em grupos reduzidos as questões mais importantes e que dificultam um pacto sobre Doha. Pediu maior “sentido de urgência” devido à lentidão dos progressos percebidos até agora. Há indícios de que as negociações se prolonguem até meados da próxima semana.
A União Européia também disse que não vai aumentar suas concessões agrícolas, consideradas muito generosas, segundo a secretária de Estado de Comércio Exterior francesa, Anne-Marie Idrac. A oferta inclui, entre outras propostas, um corte médio de 54% ou 60% nas tarifas de entrada de produtos agrícolas.
Idrac, que preside o Conselho de ministros de Comércio da UE, reafirmou que a Europa considera necessária a “reciprocidade” de outros membros, especialmente na abertura às exportações de produtos industriais e em relação às Denominações de Origem.