Brasil e Índia pedem fim de acordo contra medicamentos piratas

Países acreditam que parceria da OMS impede comércio de genéricosBrasil e Índia querem que a Organização Mundial de Saúde (OMS) ponha fim a uma parceria iniciada em 2006 com o Grupo Internacional de Luta contra a Pirataria de Medicamentos (Impact), representado por empresas farmacêuticas.

? Um divórcio é inevitável ? ressaltou o Brasil durante a 63ª Assembleia Geral da OMS realizada esta semana em Genebra.

Os dois países, grandes produtores de genéricos, consideram que o Impact defende os interesses de empresas farmacêuticas que utilizam, segundo eles, a luta contra a pirataria para impedir a venda de medicamentos genéricos concorrentes.

O Impact inclui ainda organizações como a Interpol, a União Aduaneira, o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio (OMC), além de organizações de médicos e pacientes.

? O papel do Impact é controverso ? insistiu a Índia, considerando que é preferível que a OMS trabalhe com um outro órgão mais independente na luta contra o comércio de medicamentos piratas, como um grupo intergovernamental.

Em resposta aos apelos, a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, se limitou a dizer que “essa parceria havia sido lançada antes de sua chegada”. A delegada do Quênia logo reagiu: “Se você não está satisfeita em um casamento, você pede o divórcio”.