De acordo com o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, as cartas são um apelo de Lula visando a evitar novas sanções econômicas ao país asiático.
Na visão do governo brasileiro, essas represálias levariam o Irã a fechar definitivamente os canais diplomáticos com o Ocidente. O governo iraniano afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos, mas os EUA e outros países temem que o verdadeiro objetivo seja a produção de armas.
Ao mesmo tempo, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu publicamente ontem que os EUA e a Rússia apoiem o acordo nuclear Irã-Turquia-Brasil. Ahmadinejad advertiu, em discurso transmitido pela TV de seu país, que essa pode ser a última “oportunidade” para resolver o impasse envolvendo o programa nuclear.
Pelo acordo, o país dos aiatolás entregaria urânio pouco enriquecido à Turquia, facilitando o controle internacional sobre o material. Em troca, receberia urânio enriquecido a 20%, para ser utilizado em aplicações médicas (combate ao câncer). Na terça-feira, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, disse que o acordo é um “ardil transparente” do Irã para tentar escapar de novas sanções econômicas.