A história dos primeiros imigrantes japoneses, que vieram trabalhar nas lavouras de café do Estado de São Paulo, está diretamente ligada à agricultura. Com o passar dos anos, a contribuição deles foi essencial para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. No simpósio, o coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, destacou dados expressivos.
Hoje, existem 1,5 milhão de nikkeis ? japoneses e descendentes diretos ? vivendo no Brasil, sendo que 75% deles moram em São Paulo. Atualmente, 40 mil famílias têm propriedades rurais no país que, juntas, produzem mais de oito milhões de hectares. O agronegócio brasileiro representa 38% das importações do Japão, com destaque para a carne de frango, o café, a soja e o etanol.
? Se nós aliarmos a esses grupos acadêmicos no sentido de desenvolvimento do agronegócio, eu acho que a parceria será extremamente frutífera, porque dentro do cenário brasileiro que as universidades, mesmo a Embrapa, nós temos a oportunidade de usar a nossa terra arável para que nós possamos aumentar a produção agrícola, seja pecuária, seja de alimentos e grãos ? afirma Marcos Macari, reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
O vice-presidente da Universidade de Tecnologia e Agricultura de Tóquio, Akira Sasao, destacou benefícios tanto para o Brasil quanto para o Japão. Para ele, a formação científica vai ser uma das grandes alavancas para o desenvolvimento do agronegócio.
? A estratégia passa por uma ação acadêmica consistente, porque a academia é permanente. Governo muda, muda o partido, muda isso, muda aquilo, podem mudar os projetos. Se a academia tem um projeto permanente, esse projeto é inacabável ? afirma Rodrigues.