Em termos absolutos, o valor nominal da lavoura mais do que quadruplicou em dez anos, saindo de R$ 23,3 bilhões em 1996 para R$ 108,1 bilhões em 2006. A pecuária, por sua vez, teve um aumento bem menor no período, de R$ 18,3 bilhões para R$ 28,8 bilhões.
Esses números fazem parte de análise dos economistas Mauro de Resende Lopes, Ignez Vidigal Lopes e Daniela de Paula Rocha, do Centro de Economia Agrícola (CEA) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em dois estudos por eles realizados em cima dos Censos Agropecuários de 1995/1996 e de 2006.
? O que deu uma força muito grande para a produtividade na lavoura foi a combinação dos avanços da tecnologia biológica e mecânica ? diz Mauro Lopes.
Entre 1996 e 2006, a área plantada total de grãos no Brasil teve um aumento de 24,2%, de 38,5 milhões para 47,9 milhões de hectares, enquanto a produção cresceu 95,9%, de 73,6 milhões para 144,1 milhões de hectares.
Esse aumento de produtividade fica claro em algumas culturas, como a do milho, na qual houve um recuo de 5,9% na área plantada entre as safras 1995/1996 e a estimativa para 2009/2010, mas com um aumento de 65% na produção – de 32,4 milhões para 53,5 milhões de toneladas.
Já na pecuária, o cenário é praticamente o mesmo desde a metade da década anterior. Segundo tabela elaborada pelo Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a taxa de abate, que mede a relação entre os animais abatidos e o total do rebanho, foi de 20,25% em 1996 e de 20,56% em 2006, permanecendo quase inalterada.
? Na pecuária, apesar de grandes avanços na genética e no manejo, a taxa de abate, ligada à produtividade, quase não aumentou ? observa Lopes.