Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Brasil não vai se curvar aos Estados Unidos, diz Amorim sobre retaliações comerciais

Segundo o ministro, compensações oferecidas por governo dos EUA devem atender às necessidades do Brasil e preservar setor têxtil do paísO ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta quinta, dia 11, que o Brasil "não vai se curvar" às pressões dos Estados Unidos para evitar retaliações a produtos norte-americanos em reação aos subsídios impostos ao algodão brasileiro.

Segundo ele, as compensações oferecidas pelo governo do presidente Barack Obama devem atender às necessidades do Brasil e preservar o setor têxtil do Brasil.

? Nós não podemos nos curvar simplesmente porque um país é mais forte. A lei internacional se aplica a pequenos e grandes países, esta é vantagem do sistema multilateral ? afirmou Amorim.

O chanceler reagiu imediatamente ao ser perguntado sobre a ameaça de contrarretaliação feita pelos norte-americanos, classificando-a de ilegal.

? Isso não faz sentido. A retaliação é autorizada pela OMC [Organização Mundial do Comércio]. A contrarretaliação seria ilegal ? disse.

A disputa comercial entre os Estados Unidos e o Brasil envolve diretamente cerca de US$ 830 milhões. Os norte-americanos ainda não apresentaram concretamente propostas de compensações. Porém, a lista preparada pelo governo brasileiro envolve 222 artigos que o Brasil compra dos Estados Unidos.

? Para que surja uma proposta que nos convença, deve haver vários aspectos, não adianta vir com uma compensação em um outro setor [que não seja o têxtil]. O que o Brasil está fazendo é dando todos os passos internos para aplicar as retaliações ? afirmou Amorim.

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) está preparando a lista de itens que deve ser retaliada. A orientação de Amorim e do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, é buscar um acordo antes da implementação das medidas ? o que deve ocorrer em março.

Inicialmente, a Camex pretende fixar as sanções em um total de até US$ 560 milhões. A retaliação ocorrerá por meio de reajustes na tarifa de importação de até 100 pontos percentuais. Dessa forma, um produto norte-americano que paga 12% para entrar no país passaria a pagar 112%.

A iniciativa brasileira de impor retaliações aos produtos norte-americanos tem o respaldo da OMC. O processo de negociação se estende há sete anos. No final de 2009, a OMC autorizou o Brasil a retaliar os Estados Unidos em até US$ 830 milhões. A decisão é motivada pelos subsídios concedidos pelo governo norte-americano aos produtores de algodão.

? Nós estamos nos valendo de um instrumento que a OMC estabeleceu. O ideal é não precisar retaliar. Para não retaliar, é preciso que haja uma mudança política ? concluiu Amorim.

Sair da versão mobile