Há uma semana o Brasil passou a exigir licença prévia para a importação de carros. A medida é vista como uma reação à demora na liberação da entrada de produtos brasileiros na Argentina. Hoje o governo voltou a dizer que não se trata de retaliação e que está aberto ao diálogo.
? Nós vamos nos reunir, não há nenhuma ruptura. A medida que a gente adotar não é contra nenhum país especificamente, é uma medida de proteção automobilistica, que neste momento está deficitária ? disse Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O encontro entre os ministros dos dois países deve ocorrer, no máximo, em duas semanas, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Mas especialistas alertam: a demora nas negociações prejudica tanto o Brasil quanto a Argentina, que pode dificultar ainda mais as liberações.
? O setor automobilístico é o setor onde temos mais avançada integração entre Brasil e Argentina. 43% das exportações argentinas são de automóveis para o Brasil. Então, de fato é uma reação pesada que gerará uma contra-reação do governo argentino ? afirmou Welber Barral, ex-secretário executivo de Comércio Exterior.
Para a professora de relações internacionais, Fátima Faro, agora se espera que a Argentina passe a uma mesa de negociação e possa evitar que os produtos brasileiros fiquem estacionados na Aduana do país.