A Embrapa Soja desenvolveu o método de monitoramento da colheita com o copo medidor, que é simples e ajuda a indicar os ajustes que devem ser feitos no maquinário. Dos 280 produtores de Cambé, no Paraná, mais de metade se inscreveu em um concurso para estimular a redução de perdas que levou o município a atingir os índices mais baixos do país.
Na manhã desta sexta, dia 12, técnicos da Emater, Embrapa e do Sindicato Rural fizeram a pesagem das amostras recolhidas durante a colheita. Com madeira e barbante, se faz um quadro que é colocado no solo, após a passagem da colheitadeira. O pesquisador José França Neto conta que os grãos são tirados desta área e colocados no copo medidor, desenvolvido pela Embrapa Soja. Depois, as amostras são pesadas. Um cálculo específico revela quanto o produtor perdeu, em média, na lavoura.
É um método simples, mas que poucos produtores brasileiros adotam. Segundo a Embrapa Soja, o Brasil perde, em média, duas sacas por hectare, só na colheita. Como o país plantou 21,5 milhões de hectares na safra 08/09, ficaram no chão o equivalente a R$ 1,18 bilhão. É um problema que precisa de mais atenção.
Dos 160 mil produtores de soja brasileiros, pelo menos 40 mil estão no Paraná. O Estado perde uma saca em média, um índice considerado bom. Cambé adotou o controle há 16 anos e, no município, as perdas são de menos de meia saca por hectare.
? A gente viu que, em perdas na colheita, é preciso insistir em trabalhar todo o ano. O produtor esquece um pouco da regulagem, deixa um pouco de lado. Então, tem que ter persistência com o produtor. Cambé não parou nenhum ano desde a safra 91/92. Até hoje nós estamos aí nesta excelente colocação. O município é o primeiro colocado no Brasil em redução de perdas na colheita de soja ? diz Alcides Bodnar, da Emater Cambé.
? Custa barato, o copo tem um custo irrisório. Custa a mão de obra, mas eu acho que todo produtor, assim como seus familiares e colaboradores podem ser facilmente treinados para determinar as perdas. Com treinamentos que podem ser feitos pela Emater, pelas empresas que produzem as máquinas e pela Embrapa, ele vai saber os ajustes necessários para reduzir drasticamente essas perdas ? completa o pesquisador da Embrapa Soja José França Neto.
O produtor Moacir Marques de Jesus se inscreveu mais uma vez no concurso e está otimista. Ele descobriu que regular o equipamento custa pouco e evita perdas.
? A gente tem que achar os pontos onde está perdendo mais, se é no molinete, se é na plataforma, e fazer a regulagem certinho. Basta boa vontade ? finalizou o produtor de soja.