O Brasil tem condições de impulsionar a produção de chocolate premium. A avaliação é da pesquisadora Priscilla Efraim, da Universidade de Campinas (Unicamp). “Temos no Brasil um parque tecnológico fantástico”, disse ela durante o Fórum Estadão, realizado em São Paulo.
Segundo ela, para avançar na produção de maior valor agregado, é necessário melhorar o pré-processamento do cacau e também estimular o interesse do mercado para que as indústrias possam utilizar esse parque instalado no País. Ela ressaltou, ainda, que há três principais fatores que afetam a produção de chocolate: cacau, processamento e a formulação em si. “Chocolate é sim alimento que pode trazer benefícios muito significativos para a saúde, dependendo de como é formulado e fabricado”, disse ela, ressaltando que o produto é um alimento consumido por pessoas de todas as idades e sexos.
A pesquisadora destacou que as técnicas de clonagem permitem ter uma diferenciação de chocolates vasta e que há um grande potencial ainda a ser explorado pelo mercado. “A origem no Brasil é extremamente diferenciada. Apesar de a Bahia e o Pará serem os maiores, há outros Estados com regiões climáticas distintas e diferenciação de sabor.”
Priscilla observou outra vantagem brasileira na produção. “Além do cacau, o chocolate depende de açúcar e derivados do leite”, disse, citando esses produtos de ampla produção no País.
A produção de cacau do Brasil tem grande potencial para crescer, afirmou ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o vice-presidente da Olam Brasil na América do Sul, Sathyamurthy Mayilswamy. “Todos os elos da cadeia precisam se unir agora e eventos como este são importantes para promover esta interação”, disse ele, durante o evento. “Precisamos todos atuar juntos”, reforçou.
A Olam Brasil inaugurou no último dia 2, em Ilhéus (BA), seu primeiro centro de inovação no País, voltado à pesquisa para o desenvolvimento de ingredientes derivados de cacau para sorvetes, biscoitos, chocolates e achocolatados. O investimento, de R$ 2 milhões, deve permitir à companhia fortalecer sua atuação no Brasil e em outros países da América do Sul, como Argentina, Chile, Colômbia e Uruguai. O centro de inovação também deve colaborar com outros centros de inovação da Olam no mundo, como os da Inglaterra, Estados Unidos, Espanha e Cingapura, sede da companhia.