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Brasil pode registrar pior infestação de ferrugem asiática dos últimos anos

Clima, plantas guaxas e resistência da doença aos químicos são as razões apontadas por consultor do Ministério da Agricultura para este alerta

Daniel Popov, de São Paulo
A safra ainda não começou, mas a preocupação com a infestação da ferrugem asiática já. Como o número de plantas guaxas (que não foram plantadas no local propositalmente) encontradas é crescente e a resistência da doença aos defensivos também tem aumentado, a perspectiva é que o país enfrente um dos piores surtos dos últimos anos, afirma o consultor do Ministério da Agricultura, Wanderlei Guerra.

Na temporada 2016/2017 o país registrou 415 casos da doença, espalhados por todas as regiões. Este número já era o maior dos últimos quatro anos. E olha que a temporada nem foi tão chuvosa assim, condição que normalmente favorece a sobrevivência dos esporos da doença.

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Segundo ele, além deste problema, o clima também está favorecendo a sobrevivência das plantas e da doença. “A situação deste ano pode ser a mais grave dos últimos anos, justamente porque choveu mais no meio do ano, o que deu sobrevida para estas plantas guaxas”, conta ele. “Sem falar no estudo da Embrapa que comprovou que a doença está ficando resistente ao principal defensivo de combate a ela.”

Em março deste ano, um comitê que monitora a doença, chamado FRAC (Fungicide Resistance Action Committee) compartilhou com a sociedade científica, os resultados parciais do monitoramento de fungicidas Inibidores (carboxamidas) do fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem-asiática, no Brasil. O resultado é uma redução na eficiência do combate a doença. O resultado foi amplamente disseminado pela Embrapa, como alerta para a realização da rotação de químicos, para evitar que o problema aumentasse.

Para Guerra, o setor precisa se unir em combate a estas plantas guaxas, inicialmente. “Entidades como a Aprosoja já estão fazendo este combate e alertando seus filiados. Mas é preciso mais, prefeituras, sindicatos e até mesmos os produtores que encontrarem estas plantas precisam eliminá-las”, diz Guerra. “Esta safra tudo está favorecendo a doença e precisamos diminuir esta vantagem.”

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