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A Ucrânia é responsável por cerca de 18 milhões de toneladas de milho para exportação. Atualmente, o acesso aos portos e o comércio para outros países está dificultado pelo clima de caos político. De acordo com Guth, a crise já traz reflexos também para o trigo.
Para ele, se o país continuar com dificuldade nas vendas de milho, o mercado pode ser assimilado pelos produtores brasileiros. Isso, somado ao crescente aumento de demanda do consumo interno e às dificuldades de aumento da produção do grão no Brasil, pode levar à destinação da segunda safra nacional somente à exportação.
– Podemos ter problemas em 2015 se o produtor não plantar milho na primeira safra. Viemos de um estoque confortável, mas se a nossa produção cair e o consumo aumentar será retirado algo próximo de 4 ou 6 milhões de toneladas da armazenagem – constatou.
Crescimento do consumo na Ásia
O crescimento da população em países da Ásia, como Índia e China, pode ser uma oportunidade importante para o agronegócio brasileiro, afirmou o engenheiro agrônomo da Embrapa Geraldo Martha.
Só Índia e Indonésia devem acumular crescimentos populacionais próximos ao 1%. Além disso, existe uma tendência à urbanização cada vez mais rápida destes países que, consequentemente, leva também a um aumento de renda. Dessa forma cria-se a possibilidade de comercialização de produtos com maior valor agregado, como carnes e hortaliças.
Para o analista, é importante ver este mercado com o verdadeiro potencial.
– Sabemos como negociar com os países da Ásia ou estamos muito focados na Europa e Estados Unidos? – questiona, completando que é necessário fazer com que o Brasil encontre seu lugar no mercado internacional.
Outra oportunidade de negócio é o uso da agricultura para a produção de artigos que não sejam voltados à alimentação, como combustíveis. De acordo com Martha, quanto mais a renda cresce, mais deve ser suprida a demanda de produção de energia.
Para poder ter bom desempenho neste cenário, o engenheiro agrônomo afirma que a pesquisa de tecnologias agrícolas no Brasil deve focar em inovação, sustentabilidade e na apropriação da tecnologia, criando linhas de crédito acessíveis e fortes para que o produtor possa se empoderar de novos recursos sem medo de não conseguir arcar com os custos.
– Não é em todo lugar do mundo que podemos mudar a estratégia com facilidade e escolher o que plantar com pouco tempo de diferença para mudança. Precisamos aproveitar isto – constatou.