Se nos Estados Unidos, epicentro da turbulência, o governo tenta aprovar o megapacote de US$ 700 bilhões, no Brasil as ações vêm a conta-gotas, à medida da necessidade.
Por enquanto, já foram anunciados R$ 7 bilhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 13 bilhões com uma alteração em regras previstas para o recolhimento compulsório de bancos, R$ 5 bilhões ao setor agrícola: dinheiro de diferentes fontes para irrigar o mercado de crédito, compensando a escassez de recursos no sistema nacional e internacional.
As ações poderiam ser reforçadas com o direcionamento de reservas cambiais (atualmente em US$ 207 bilhões) para exportadores, sugere o presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais, Álvaro Bandeira.
Para o economista da Universidade de Campinas Luiz Gonzaga Belluzzo, de US$ 3 bilhões a US$ 5 bilhões seriam suficientes neste momento:
? Se há crise de crédito, tem de responder prontamente. Tem de tentar manter o investimento público, o ritmo do Programa de Aceleração do Crescimento e dar liquidez aos bancos.
Apesar do discurso também governamental de manter investimentos, fontes do Palácio do Planalto informaram que o governo começou a segurar gastos, para aumentar o superávit e assegurar recursos.
? Não podemos ir na contramão do que ocorre no mundo. O ideal seria cortar gastos correntes, tentando preservar investimentos ? diz o economista Alexandre Mendonça de Barros, da Fundação Getulio Vargas,.
Entre as medidas que o governo ainda pode adotar para manter a economia aquecida, Rosa Maria Marques, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, ainda cita a redução do recolhimento compulsório dos bancos, que para recursos à vista é de 45%, padrão considerado alto internacionalmente. Além disso, há a possibilidade de redução de impostos para a indústria exportadora de carne.
*Com agências de notícias