O presidente executivo da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav), Paulo Tiburcio, afirmou nesta terça-feira (8), em São Paulo (SP), que o Brasil depende em grande medida da cadeia de distribuição de insumos de outros países.
Segundo Tiburcio, o país deve avançar nas leis de preservação ambiental de maneira racional, a fim de obter licenças que permitam às indústrias sintetizar produtos defensivos, bem como extrair produtos destinados a fertilizantes.
Na visão dele, o Brasil necessita do apoio do governo para regulamentações e expansão.
“Temos exemplos de minas de fertilizantes que são indicadas como estando dentro de territórios indígenas, o que não é verdade, embora sejam próximas. Portanto, há uma confusão nessa abordagem ambiental. Defendemos a segurança ambiental, mas também a exploração racional para aumentar a competitividade do Brasil. Não adianta alimentar o mundo com uma dependência tão significativa de insumos, especialmente defensivos e fertilizantes”, avalia.
A Andav pede uma união do setor para lidar com inúmeros fatores, incluindo logística e outros elementos que sustentam o crescimento do agronegócio brasileiro.
“É essencial garantir a disponibilidade de produtos básicos para a produção. O setor de distribuição de insumos apoia as boas práticas e as políticas públicas que destacam esse aspecto”, diz.
Cautela na distribuição
Segundo Tiburcio, o setor de distribuição de insumos está passando por um momento de cautela, devido à queda nos preços de grãos e cereais.
No entanto, há otimismo em relação ao aumento da demanda observado nas últimas três semanas.
Paulo afirma que o contexto atual deve considerar os acontecimentos desde a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia.
“Especialmente em 2022, vivenciamos muitas informações indicando uma possível escassez de defensivos. A Andav monitora mensalmente, em colaboração com o governo, todas as importações do Brasil. Naquela época, afirmávamos que não faltariam produtos, mas muitas pessoas compraram em excesso e os estoques de insumos acabaram ficando bem acima do normal, atingindo 21,5% no início da safra 2022/23, em comparação com uma média normal que varia entre 10% e 12%”, explica.
O executivo ressalta que o momento atual resultou em uma redução nos preços dos insumos e cereais, apesar de os custos dos insumos terem diminuído significativamente em relação às ameaças dos últimos dois anos quanto à escassez de produtos.
“O momento requer equilíbrio, cautela e planejamento. O mundo não pode mais operar sem planejamento. A produção global depende de fertilizantes e defensivos, e o Brasil é um grande importador desses insumos. Portanto, é essencial que o Brasil planeje com mais eficácia a importação desses insumos. O cenário também traz otimismo, pois nas últimas três semanas houve uma aceleração no setor e nas negociações de insumos”, afirma.