A última safra brasileira alcançou 143 milhões de toneladas e as previsões são de que a próxima tenha um crescimento de 5%. A colheita de arroz do produtor Luiz Alfredo de Medeiros, por exemplo, teve um aumento de 35% na comparação com 2007. Por outro lado, alguns insumos mais que dobraram de preço em um ano. No cálculo do custo de produção, Medeiros ainda estima que 18% vão para a armazenagem.
? A gente tem que fazer uma economia muito grande, mas não ofendendo a produtividade. Vai ter que haver um equilíbrio entre produtividade e economia ? afirma.
No total, a Conab tem 16.347 armazéns cadastrados, com uma capacidade de quase 124 milhões toneladas no Brasil. No entanto, os números podem ter mudado.
? Muitos produtores que não tinham suas armazenagens estão fazendo novos silos. Tem empresas que prestam esse tipo de serviço e as indústrias têm feito silos e aumentado e muito a capacidade de estocagem para comprar o produto em melhores situações e épocas ? explica o engenheiro agrônomo Jair Silva da Silva.
Para saber qual a atual realidade da armazenagem de grãos, a Conab está fazendo um levantamento, já que os últimos dados são de cinco anos atrás. O objetivo é determinar a capacidade e o número de silos e armazéns cadastrados e credenciados pelo governo. O resultado deve ser divulgado em outubro.
? Vai mostrar a realidade tanto em termos de qualidade quanto em quantidade do armazenamento. Nós precisamos ter segurança na qualidade do produto estocado, uma segurança alimentar. E outra alternativa tem que ser apresentada é para o pequeno produtor, para agricultura familiar que as unidades estejam aptas a receberem quantidades e volumes pequenos e possam segregar esse produto ? afirma Luís Carlos Hackbart, diretor técnico-comercial da Cesa-RS.
Para Wilfried Toth, diretor comercial da empresa líder no setor de armazenagem de grãos no país, não há risco de faltar espaço para a próxima safra. Ele acredita também que o custo para a estocagem pago pelo produtor não deve sofrer alteração.
? A melhoria da rentabilidade e a lucratividade das safras está alavancando os produtores e as cooperativas a investirem em armazenagem, porque é um excelente negócio. Tem uma recuperação do investimento em um tempo curto, me média, quatro anos e se você faz duas safras, em dois anos você recupera o investimento ? afirma Toth.