O tema principal é o papel do agronegócio da América Latina nos próximos 40 anos. Neste período, segundo a FAO, a população no mundo deve chegar a nove bilhões de pessoas e a demanda por alimentos pode crescer 70%. Para os moderadores, a América Latina tem vantagens nesse cenário porque já possui um mercado agrícola consolidado. Porém, eles lembram que também existem grandes desafios.
O maior problema, segundo os participantes, é a falta de participação mais ativa do Brasil nas discussões e negociações mundiais, relativas ao agronegócio. Nesse sentido, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues propôs que o próximo diretor-geral da FAO, que deve ser escolhido no ano que vem, seja um representante da América Latina. De preferência, um brasileiro.
Rodrigues chegou a sugerir que o candidato brasileiro seja o ex-presidente da Embrapa, Silvio Crestana. Para o ex-ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, ter um espaço maior na FAO é importante, mas não resolve o grande desafio do agronegócio brasileiro nos próximos anos, que é mudar as regras de comércio internacional.
Mais do que sugerir que a FAO seja dirigida por um brasileiro, ligado ao agronegócio, os moderadores do Fórum Mundial da Agricultura querem mudanças na entidade. Eles explicam que nos últimos tempos, a FAO perdeu poder e representatividade e que isso precisa mudar o quanto antes.
O representante argentino entre os moderadores do fórum, Miguel Campos, também lembrou que os países da América Latina precisam ter uma posição uniforme e coerente para ganhar força em fóruns internacionais.
A edição regional do Fórum Mundial de Agricultura vai ocorrer pela primeira vez no Brasil. O encontro está marcado para os dias 12 e 13 de maio. No fim do encontro, uma carta vai ser encaminhada aos governos de países da América Latina com sugestões para a política agrícola.