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Brasil quer reduzir em 43% as emissões de gases até 2030, diz ministro do Meio Ambiente

O ministro afirmou que o Brasil terá uma grande estrutura na COP-26, com um estande na Escócia e um estúdio em Brasília para apresentações virtuais

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse nesta terça-feira, 5, durante um encontro com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que vai “posicionar claramente o Brasil como um país sustentável, que preserva florestas, utiliza energias renováveis e tem metas ambiciosas nas reduções de gases de efeito estufa” na Conferência das Nações Unidos para as Mudanças Climáticas (COP 26), que deve ocorrer em novembro, na Escócia.

O ministro afirmou que o Brasil terá uma grande estrutura na COP-26, com um estande na Escócia e um estúdio em Brasília para apresentações virtuais. “A ideia é levar pequenos casos de empreendedorismo e mostrar que o Brasil tem várias ações reais de empreendedores que desenvolvem atividades com sustentabilidade,” disse.

O ministro acrescentou ainda que o país vai cobrar das nações mais ricas um volume maior de recursos do que os US$ 100 bilhões prometidos em 2015 e não executados. “Não se pode combater o desmatamento sem remunerar quem cuida da floresta,” disse o ministro que citou investimentos em ações como o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) e as compensações por crédito de carbono.

O presidente da FPA, deputado Sérgio Souza (MDB-PR), elogiou a atuação do ministro e disse que a bancada está alinhada com o Ministério do Meio Ambiente. “Não há e nunca deve haver competição entre produção de alimentos e conservação do meio ambiente, estamos umbilicalmente ligados. Não haverá vida humana sobre o planeta sem alimentos e sem um meio ambiente equilibrado”, disse.

Itamaraty

O ministro interino de Relações Exteriores, embaixador Fernando Simas Magalhães, disse que o Itamaraty está empenhado em levar a COP 26 uma mensagem positiva da real sustentabilidade do agronegócio brasileiro, que já mostrou capacidade de ampliar a produtividade sem prejudicar o meio ambiente.

“Nas últimas décadas, demos grandes demonstrações da nossa capacidade de consolidar a produção com preservação ambiental. Esse é um importante setor econômico, um dos pilares da economia nacional, e terá certamente uma importante contribuição nos compromissos que assumimos sobre o Acordo de Paris”, afirmou.

Secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Marcos Montes, reforçou que o evento é uma oportunidade para o Brasil negociar “o ativo verde e mostrar que o país tem uma agricultura sustentável e o Código Florestal mais severo do mundo.”

“Há pouco tempo atrás nós não vendíamos o produto, nós não sabíamos negociar. Agora a agricultura inverteu o quadro. Somos produtores e vendedores mundiais,” disse Montes, citando o programa CPR Verde, lançado na última sexta-feira, 1°.

Metas:
• Até 2030: trabalhar para reduzir em 43% as emissões.
• Reflorestar em 12 milhões de hectares e reduzir os desmatamentos
• Recuperar os 15 milhões de hectares de pastagens degradadas
• Ter 45% da energia elétrica proveniente de fontes renováveis

Produzir sem desmatar
• 851,6 milhões de hectares é a área do Brasil.
• Apenas 39,0% da área são propriedades rurais
• 8% são lavouras e florestas plantadas, 11,3% pastagens nativas e 19,7% – pastagens plantadas
• 66,3% são vegetação protegida e preservada
• 13,1% são vegetação nativa em unidades de proteção, 13,8% em terras indígenas, 18,9% em terras devolutas e não cadastradas
• 20,5% da vegetação preservada estão nos imóveis rurais (os que mais preservam)
• E 3,5% área restante são cidades e infraestrutura