Por meio de nota do Ministério da Agricultura, o secretário de Relações Internacionais, Célio Porto, agradeceu o esforço das autoridades russas para equacionar as pendências entre os países.
O diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Cosam Coutinho, afirmou que as exportações de trigo da Rússia para o Brasil estarão liberadas assim que o acordo for assinado.
– Essa negociação entre os dois países já leva alguns anos e a abertura das importações para o comércio de trigo russo pode suprir uma carência que o Brasil tem em relação ao produto – explicou Coutinho.
Da pauta de discussões também fazem parte temas como procedimentos para certificação de produtos exportados à Rússia e certificados sanitários internacionais para as carnes de suínos e de aves e também para rações.
Nesta terça, dia 19, os dois países se reúnem para tratar de assuntos relacionados à cooperação bilateral em áreas como pesquisa científica, tecnológica e educativa, com a participação de representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Embargo
O embargo da Rússia as carnes de três Estados brasileiros, Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul não foi tratado diretamente na reunião. Para o Ministério da Agricultura ele já está resolvido. Cabe aos frigoríficos interessados em vender para o mercado russo cumprir as exigências impostas pelo maior importador de carne suína e bovina produzida no Brasil. O secretário de Defesa Agropecuária Ênio Marques considera o assunto encerrado.
– Os estabelecimentos em todos os Estados do Brasil que foram vistoriados pelos russos em número de 20 na última missão, e um outro tanto que eu não me lembro em relação à penúltima missão, tem que cumprir um plano de ação corretiva em cima das exigências apresentadas na visita que os russos fizeram a cada unidade dessas. O dia que os russos acharem que essas exigências foram cumpridas, os estabelecimentos voltarão a exportar – disse Marques.
O secretário de Defesa Agropecuária também comentou que três missões brasileiras começam a visitar ainda neste mês os 12 países que fazem restrição à carne bovina brasileira por causa da ocorrência de um caso atípico de vaca louca, que aconteceu em 2010, em uma fazenda no Paraná. Além de reforçar o fato de que o país manteve o status internacional de risco insignificante para a doença, o secretário reiterou que se os países não retirarem o embargo, o Brasil entrará com ações específicas contra eles no âmbito da Organização Mundial de Comércio, a partir de março. Japão, China e Arábia Saudita estão entre esses países.