Uma das propostas que tentam mudar esse cenário consiste no pagamento, por parte das indústrias, aos produtores que oferecem produtos de melhor qualidade. O assunto é um dos temas do Congresso Brasileiro de Qualidade do Leite, que começou nesta quarta, dia 22, e vai até sexta, dia 24, em Florianópolis (SC).
De acordo com o imunologista veterinário Adil Knackfuss Vaz, a alternativa do pagamento por produtos melhores já vem sendo implementada e é positiva tanto para as indústrias, que passam a adquirir leite de maior qualidade, quanto para os produtores, que são estimulados a aperfeiçoar o processo de produção.
Atualmente, a maioria dos 1,6 bilhões de litros de leite produzidos no Brasil é destinada ao mercado interno. Há uma pequena quantidade exportada para países africanos e para vizinhos latino-americanos, mas, por conta da queda do dólar, as exportações praticamente zeraram.
Vaz garante que o leite brasileiro é seguro para o consumo. O problema, segundo ele, são os níveis de bactéria que não satisfazem os padrões internacionais de qualidade.
? Os pequenos produtores, quando bem treinados, conseguem produzir leite de qualidade. Falta capacitação e conscientização ? avaliou.
O professor explicou que o Ministério da Agricultura e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) já realizam capacitações de produtores brasileiros, mas em número insuficiente.
? É preciso que as indústrias digam quais são as prioridades. Isso vai estimular o produtor a se capacitar porque ele vai ver que o vizinho está ganhando mais por produzir leite de maior qualidade ? concluiu.