A simplificação das regras para abrir e fechar empresas, a inflação sob controle e uma melhora na eficiência do mercado de trabalho fizeram com que o Brasil subisse, neste ano, uma posição no ranking global de competitividade elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. O país ficou em 71º lugar, com uma nota de 60,9 pontos, em uma escala que vai de 0 a 100. A média de 141 economias dos países foi de 61 pontos. Na primeira posição, ficou Cingapura, com 84,8 pontos.
Apesar da melhora, o Brasil ainda precisa de progressos mais significativos em estabilidade econômica (quesito em que ficou no 115.º lugar), abertura comercial (125º lugar), segurança (123º lugar) e estabilidade governamental (130º lugar), segundo relatório do fórum. A organização analisou 103 indicadores agrupados em 12 pilares.
Ainda de acordo com o documento, para líderes empresariais brasileiros, a burocracia (141º lugar) e a falta de visão de longo prazo do governo (129º lugar) são os principais entraves da competitividade no país.
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O relatório aponta também que, no longo prazo, governantes brasileiros terão de estabelecer políticas mais inclusivas socialmente e responsáveis ambientalmente para o país conseguir competir em um mundo onde as principais economias têm se esforçado nessas frentes.
América Latina e Caribe
Por enquanto, o Brasil tem ganhado pontos no ranking graças ao tamanho de seu mercado (10º lugar) e ao nível elevado de capacidade em inovação (40º lugar). Entre os países da América Latina e do Caribe, no entanto, o país ficou na oitava posição do ranking. Nessa região, Chile, México e Uruguai lideraram a lista dos mais competitivos, seguidos por Colômbia, Costa Rica, Peru e Panamá.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, as economias latino-americanas precisam avançar, principalmente, na qualidade das instituições (a média regional foi de 47,1 pontos) e na capacidade de inovação (34,3 pontos).
Mundo
Globalmente, além de Cingapura, Estados Unidos, Hong Kong, Holanda e Suíça apareceram nos primeiros lugares. A região Ásia-Pacífico foi a que registrou uma maior média entre as analisadas, com Japão e Coreia do Sul também bem posicionados no ranking, no 6º lugar e no 13º lugar, respectivamente. A China ficou na 28ª posição.
Pós crise de 2008
O documento do Fórum Econômico destaca que o crescimento da competitividade tem sido fraco nos últimos dez anos mesmo após os bancos centrais de todo o mundo terem injetado US$ 10 trilhões na economia global. O fórum afirma ainda que a política monetária global expansionista, apesar de ter tido sucesso para evitar uma recessão mais profunda após 2008, não foi suficiente para alocar recursos em investimentos que aumentam a produtividade.
“À medida que as políticas monetárias começam a perder força, é crucial que as economias confiem na política fiscal e nos incentivos públicos para impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento, aprimorar as habilidades da força de trabalho, desenvolver novas infraestruturas e integrar novas tecnologias”, diz o relatório do Fórum.