Ainda conforme o especialista, o país gastou, entre 1999 a 2004, R$ 280 milhões com internações hospitalares devido a problemas decorrentes de alimentos contaminados. Dados do Ministério da Saúde utilizados por Vallandro mostram que a maioria das contaminações alimentares decorrem de produtos de origem animal.
De 3.874 casos com origem conhecidas, analisados entre 1999 e 2004 pelo ministério, 874 foram causados por ovos crus ou mal cozidos, 666 por alimentos mistos e 450 por carnes vermelhas. Isso equivale a 51,7% das ocorrências. Diante dessas evidências, Vallandro explicou que “sem que haja um controle de toda a cadeia produtiva de alimentos haverá impactos na saúde pública, com certeza”.
Marcelo Vallandro participa do seminário “Os sistemas de controle dos alimentos de origem animal: bases para a saúde pública e o agronegócio do Brasil”, que ocorre na Câmara dos Deputados em Brasília.
Consumidor quer mais informações nos rótulos de alimentos, relata professora
A professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Liris Kindlein, que também participa do seminário na Câmara, explicou que 55% dos consumidores brasileiros querem mais informações nos rótulos de alimentos, conforme pesquisa de 2007.
– Isso significa que as pessoas leem os rótulos e querem acesso à informação – afirma.
Ainda conforme Liris Kindlein, os consumidores levam cerca de três minutos a mais para comprar carne que outros produtos. Na compra de carne demoram, em média, quatro minutos, contra três para enlatados, por exemplo.
-Por que existem mais dúvidas na compra de carnes? Por falta de padronização dos produtos – explica.
Na concepção de Liris Kindlein, essas pesquisas indicam que o consumidor brasileiro valoriza embalagem, assim como rótulo e informações que garantam a rastreabilidade do produto.
– Os dados mostram ainda que ele está disposto a pagar mais por isso – garante.