Atualmente, a produção brasileira está voltada para frutas tropicais, subtropicais e temperadas, graças a sua extensão territorial, posição geográfica, solo e condições climáticas. São 500 variedades de plantas produtoras de frutas comestíveis e 220 espécies de frutíferas nativas somente na Amazônia. O setor emprega 5,6 milhões de pessoas, o que equivale a 27% da mão-de-obra agrícola. Gera oportunidades de dois a cinco postos de trabalho na cadeia produtiva por hectare cultivado e está fundamentado em pequenas e médias propriedades.
Esses e outros dados relacionados à fruticultura brasileira foram apresentados pelo presidente do Ibraf, Moacyr Saraiva Fernandes, durante o I Fórum Internacional da Fruticultura. O evento integra a edição 2009 da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada, a Expofruit, realizada até esta sexta-feira (5) em Mossoró, Rio Grande do Norte. Durante o encontro, Moacyr chamou a atenção para a importância de o setor criar um sistema exportador brasileiro.
? Hoje, os pequenos produtores trabalham de forma individualizada e sem controle de oferta, o que dificulta a sobrevivência do negócio. O ideal é a união de toda a cadeia produtiva para discutir de forma conjunta soluções para o setor ? aconselhou Fernandes.
Entre as principais frutas exportadas pelo Brasil em 2008, a uva ocupa o primeiro lugar, com 172 mil toneladas, seguido do melão, com 153 mil toneladas, mangas, com 119 mil toneladas e a maçã, alcançando 80 mil toneladas. Esses números são favoráveis ao mercado brasileiro quando comparados aos números da exportação mundial. Nessa última análise, o melão é o produto mais demandado nas exportações mundiais, com 212 mil toneladas, seguidos da manga e da banana, com 134 mil e 131 mil toneladas, respectivamente.
Moacyr também ressaltou novos nichos de mercado que estão se apresentando no Brasil, como a chamada Agroindustrialização. De 2005 para cá, tem ocorrido um contínuo crescimento da produção das bebidas prontas para o consumo, incluindo sucos, néctares, drinques, blends de soja e água de coco, passando de 333 mil litros para 477 mil litros. Se cresce o consumo de bebidas prontas, a venda de frutas aumenta automaticamente. “Não se pode ser um monoprodutor, é preciso diversificar”, disse.
Segundo Moacyr, a crise financeira poderá ter um efeito menor na fruticultura do que em outros setores da economia e do próprio agronegócio brasileiro.
? Considerando o crescimento do PIB do Brasil entre 1% e 2% em 2009 poderemos ter uma manutenção do consumo de frutas e derivados básicos ? afirma.
Ele acredita que se o setor realmente tiver em suas mãos créditos imediatos e compatíveis com a peculiaridade da fruticultura, poderá estar preparado para enfrentar 2009 e obter uma rentabilidade média positiva, ainda que inferior à dos últimos anos.