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Brasil vai responder por 40% do crescimento na produção de alimentos no mundo, afirma FAO

Até 2050, demanda por alimentos deve aumentar devido ao acréscimo de 2 bilhões de habitantes no mundoO representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, afirmou que o Brasil deve continuar entre os principais líderes na produção de alimentos global. A perspectiva da entidade é de que, até 2050, o número de habitantes no mundo chegue a nove bilhões. Nesse período, o país deve responder por 40% do crescimento da produção alimentícia.

Além da alta produtividade, Bojanic destacou o progresso do país no desenvolvimento tecnológico e no conhecimento, elogiando a atual posição das universidades brasileiras.

– O Brasil possui quase 15% das florestas do mundo, e há muita terra degradada que precisa ser reconvertida para agricultura. O país precisa compartilhar não só alimentos, mas o conhecimento que adquiriu.

Para o representante, é importante auxiliar os países da África, onde uma em cada quatro pessoas sofre de insegurança alimentar. Segundo dados da organização, 842 milhões de habitantes estão nessa situação no mundo. Segundo Bojanic, se a atual produtividade for mantida, serão necessários mais 200 milhões de hectares dedicados à agricultura para dar conta da demana global.

– É necessário encontrar uma nova fonte de alimentos, como a piscicultura, a agricultura urbana, além de aproveitar melhor os desperdícios – 30% da produção mundial não chega ao consumidor – alertou.

Junto ao Brasil, Bojanic citou o papel da Austrália, Rússia e Estados Unidos como outros fornecedores mundiais de alimentos. Ele enfatizou que o Brasil possui água, tecnologia e recursos humanos, mas que é necessário deter a migração para as cidades e incentivar a permanência de jovens no campo.

Sobre os preços dos alimentos, o representante da FAO disse que “tudo depende da energia”:

– Se a tecnologia diminuir os custos da energia, poderemos manter os preços dos alimentos. Mas se a energia ficar muito cara, como hoje, com um barril de petróleo acima de US$ 100,00, os valores serão elevados. Se encontrarmos novas fontes de energia, como a energia dos biocombustíveis de segunda ou terceira geração, poderemos diminuir os cutos.

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