Braskem negocia aliança com a concorrente Quattor

Comunicado não descarta possibilidade de fusãoMaior petroquímica da América Latina, a Braskem, controlada pelo Grupo Odebrecht, confirma em nota a ser divulgada nesta segunda, dia 24, a abertura de negociações para eventuais acordos com a Quattor Participações SA, empresa controlada pela família Geyer ? formada a partir da fusão dos ativos da Unipar e da Suzano Petroquímica.

No comunicado, a companhia informa que as conversas com os acionistas da rival têm o objetivo de “identificar eventuais oportunidades de aliança estratégica em seus negócios”. A nota é propositadamente vaga em seus propósitos, e a razão disso está no fato de que não se sabe ainda qual nível de acordo será possível costurar.

Marcelo Lyra, vice-presidente de relações institucionais da Braskem, disse que as negociações podem variar de mera parceria operacional entre as duas petroquímicas a acordos que envolvam negociação societária tendo como resultado a fusão entre Braskem e Quattor.

Um eventual acerto de fusão entre as duas empresas poderá revelar quão imprecisa foi a avaliação feita no passado pela Petrobras, estatal que fez o papel de patrocinadora da consolidação de grupos petroquímicos menores nas duas companhias. A criação das duas empresas, dizia, seria suficiente para dar ao Brasil companhias fortes e capazes de entrar no pesado jogo internacional.

Até agora, companhias tomaram rumos diferentes

A Braskem de fato se fortaleceu com a consolidação, principalmente ao incorporar os ativos da Ipiranga Petroquímica, em 2007, e assumir o controle do polo petroquímico de Triunfo. Hoje, a empresa detém mais de 50% do mercado brasileiro e projetos de expansão na Venezuela, no Peru e na Bolívia. Além disso, planeja alcançar o mercado norte-americano por meio da aquisição de ativos.

A Quattor vive situação menos confortável. Ainda tenta viabilizar os investimentos no mercado interno e não demonstra o mesmo apetite da Odebrecht, que tem planos de transformar a Braskem em uma das 10 maiores petroquímicas do mundo até 2020. Um dos temores da Braskem seria o avanço de grupos internacionais no mercado brasileiro, como a indiana Reliance, que estaria interessada na Quattor.

Além da família Geyer, então controladora da Unipar, 40% do capital da Quattor está com a Petrobras.