Segundo o executivo, a expectativa é de que o aumento do trigo na Europa leve à elevação do preço de outras commodities de alimentos, como o milho, impactando a produção de proteína também no Brasil.
No entanto, ele diz que o aumento não deve ser repassado aos produtos, já que o impacto do custo dos grãos nos produtos finais não é muito relevante e os preços vêm de um período de baixa. Ele estima que a empresa tenha atualmente um gasto anual entre R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões com grãos.
Segundo Fay, o câmbio valorizado e o cenário externo não afetaram significativamente as exportações da companhia, que vende para 140 países cerca de 45% da sua produção. No último semestre, do total exportado, 21% foi para a Europa. A empresa se beneficiou de restrições aos concorrentes americanos na Rússia. No entanto, a recuperação lenta do continente fez com que a BRF voltasse seu foco de expansão para o Brasil e para outros mercados, como os da Ásia e da África.
? É provável que nossos negócios internos cresçam mais do que os externos. Do ponto de vista estratégico, não vamos focar a Europa. É um mercado importante, mas não nos dá perspectiva de crescimento ? afirmou Fay, em entrevista após a cerimônia que marcou o patrocínio da BRF ao Instituto Lançar-se Para o Futuro, que treina jovens carentes da zona oeste do Rio de Janeiro para o atletismo.
Fay afirmou que a empresa quer crescer em mercados emergentes da Ásia, como o Vietnã. Recentemente, a BRF criou uma nova equipe de vendas na Arábia Saudita para o Oriente Médio, que é hoje o principal mercado da empresa no exterior. A região, expandida para o norte da África, respondeu por 29% das exportações da BRF no último semestre. Outro escritório foi aberto na África do Sul, em Johanesburgo.
? O crescimento lá fora será por meio de exportação do Brasil ou de aquisições locais, dependendo das oportunidades que encontrarmos ? explicou.
No Brasil, Fay está otimista com o crescimento do mercado e espera alta significativa nas vendas da companhia no segundo semestre.
? Tradicionalmente, o segundo semestre é melhor para nós com os produtos natalinos, mercado em que temos grande participação. A perspectiva é de que teremos um Natal muito bom este ano ? disse o presidente executivo.