A tarefa dos técnicos dos quatro países é propor ações para o desenvolvimento do bloco com base nas informações dos institutos de pesquisa ligados aos governos. Os brasileiros saíram na frente e fizeram um estudo que revela o potencial exportador do BRIC.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil confirmou a vantagem em produtos agropecuários e bens produzidos a partir de recursos naturais, como açúcar e sucos. A Rússia é mais competitiva na exportação de bens minerais, como o níquel, gás natural e petróleo. Já os indianos se destacam com arroz, chá e especiarias ? além de artigos têxteis e jóias. Enquanto isso, os chineses competem com roupas, calçados e artigos tecnológicos. Na Índia e na China, é a mão de obra barata que impulsiona as exportações.
Além de formalizar um acordo para fortalecer as potencialidades econômicas de cada país, as nações ainda precisam definir se vão usar uma moeda alternativa ao dólar nas transações comerciais dentro do bloco ? o que não deve acontecer tão cedo.
A Índia diz que é possível substituir o dólar. Porém, a Rússia diz que não há vontade política nem condições técnicas para isso. A China aposta na diversificação da moeda como um complemento ao sistema já existente.
? O Brasil mesmo vem experimentando com alguns países a possibilidade de se intercambiar com moeda nacional. Então nós temos a possibilidade de avançar nesse tipo de experiência até a constituição de um novo patamar monetário ? disse o presidente do Ipea, Márcio Pochmann.