A British Petroleum (BP), que operava a plataforma que pegou fogo e afundou no Golfo do México, vai deslocar uma câmara de 100 toneladas sobre os pontos problemáticos, a mais de mil metros de profundidade, numa operação delicada para conter e direcionar o fluxo do produto.
? Isso nunca foi feito antes ? ressaltou Doug Suttles, diretor operacional da BP, ressaltando que a técnica era usada somente em águas mais rasas.
O representante da empresa disse nessa quarta, dia 5, que levará pelo menos dois dias até se colocar o pesado equipamento no local correto, e que devem surgir muitos entraves durante essa ação. O petróleo capturado pela câmara deve ser sugado por um grande navio. Na melhor das hipóteses, segundo a BP, o principal vazamento será controlado na segunda, dia 10.
A empresa trabalhava havia dias para elaborar uma válvula capaz de fechar o vazamento no menor dos buracos. Funcionários dizem que a mesma técnica não pode ser usada para fechar os vazamentos restantes, pois eles são muito maiores.
Outra medida é a construção de um poço secundário, que vai ser ligado ao poço de onde vaza o petróleo, alterando a direção atual do fluxo para passar pelo novo dispositivo de controle. O poço de alívio deve ficar pronto em entre dois e três meses.
Com 30 anos de experiência no trabalho contra vazamentos de petróleo, o canadense Gerald Graham mostrou-se pouco otimista com a eficiência das câmaras de contenção.
? O equipamento é muito pesado, eles vão ter que ser muito precisos e terão contra eles as ondas e os ventos. Os resultados do combate à mancha são pouco expressivos. Grande parte do petróleo evapora ou se dispersa sozinho. O principal problema é o vazamento ? criticou Graham.
Duas semanas após a explosão da plataforma Deepwater Horizon, que iniciou o vazamento, ainda se calcula a dimensão do desastre. A grande mancha de óleo no Golfo do México ameaça a costa americana. A BP recebeu relatos de que o petróleo alcançou a terra, mas não confirmou a informação. Nessa quarta, dia 5, pela primeira vez, a Agência de Pesquisa Oceânica e Atmosférica dos EUA previu a possibilidade real de a mancha atravessar para o oeste da foz do Rio Mississippi, o que aceleraria seu deslocamento rumo ao litoral.