? Em 2005, os quatro maiores grupos do país eram responsáveis por 16% da moagem nacional de cana-de-açúcar, participação que cresceu para 28% na safra 2009/2010. No período 2010/2011, os dez maiores grupos controlaram 32,77% da cana processada no Brasil ? observa Jank.
O presidente da BP Biofuels Brasil, braço da gigante petrolífera no segmento de biocombustíveis, Mario Lindenhayn, confirma a aposta no potencial do biocombustível fabricado a partir da cana-de-açúcar.
? Este acordo, somado a outras aquisições recentes, estabelece uma sólida plataforma para a expansão de nossa capacidade de fornecimento de etanol para os mercados doméstico e internacional ? afirma.
US$ 100 milhões em investimentos na CNAA e Tropical Bioenergia
Em negociação fechada por US$ 75 milhões, a BP adquiriu os 50% restantes da Tropical Bioenergia, formada pelas companhias Maeda S. A. Agroindustrial (25%) e LDC-SEV Bioenergia S. A. (25%). A nova proprietária e operadora da usina em Edéia, Goiás (GO), prevê que após expansão na área agrícola e industrial, a planta terá capacidade de moer cinco milhões de toneladas de cana em 2012. A pleno funcionamento, a usina produzirá anualmente cerca de 450 milhões de litros de etanol e poderá também comercializar 250 Gigawatts por hora (GWh) de energia elétrica por meio da queima do bagaço de cana.
Após adquirir, em abril de 2011, 83% das ações da CNAA por US$ 680 milhões, a BP resolveu agora investir outros US$ 25 milhões para ficar com mais 3% da empresa, antes controlada pela Louis Dreyfus Commodities (LDC). Isso eleva a participação da BP na CNAA para 99,97%, com duas usinas em operação em Itumbiara (GO) e Ituiutaba (MG).
Desde 2006, a BP anunciou investimentos de mais de US$ 2 bilhões em pesquisas, desenvolvimento e operações com biocombustíveis, além de investimentos em unidades produtoras na Europa, Brasil e Estados Unidos. A companhia, que possui um centro global de tecnologia para combustíveis alternativos em San Diego, nos Estados Unidos (EUA), está investindo US$ 500 milhões no Energy Biosciences Institute (EBI), onde cientistas estudam aplicações de biotecnologia em energia.
Importantes movimentos de consolidação têm marcado o setor sucroenergético brasileiro nos últimos dois anos. São casos como os da Raízen, joint venture do Grupo Cosan com a petrolífera anglo-holandesa Royal Dutch Shell e a aquisição do Grupo Moema pela multinacional Bunge. Em abril de 2010, a Petrobras Biocombustível, criada pela Petrobras para perseguir projetos na área das energias renováveis, anunciou a participação societária de 45,7% na Açúcar Guarani, a quarta maior processadora de cana do Brasil.