A carta, assinada por uma das principais empresas de petróleo do mundo, a gigante britânica British Petroleum (BP), surpreendeu pelo conteúdo: entre outros argumentos, defendeu a eliminação da tarifa de US$0,54 por galão imposta pelo governo dos Estados Unidos ao etanol importado, que prejudica a importação do etanol de cana-de-açúcar produzido no Brasil.
A carta da BP, enviada em função da votação pelo Carb do chamado Padrão de Combustível de Baixa Emissão de Carbono (LCFS), afirma que o etanol de cana é o biocombustível com menor nível de carbono disponível no mercado.
? É um reconhecimento da maior distribuidora de combustível na Califórnia representando 20% de um mercado de 60 bilhões de litros que a política comercial dos Estados Unidos está em conflito com a política ambiental ? afirmou o representante-chefe da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) para a América do Norte, Joel Velasco.
? A empresa apóia a Califórnia a tomar conhecimento da oportunidade que o etanol de cana do Brasil oferece ao programa de redução de emissões ? afirma o texto, assinado pelo diretor da BP na costa oeste para questões de mudanças climáticas, Ralph Moran.
O Carb aprovou o LCFS em votação realizada na quinta seguinte, dia 23, em Sacramento. Trata-se de uma regulamentação inédita, que prevê um corte de 10% nas emissões de gases de efeito estufa até 2020 em todos os combustíveis.
Movimentos contra a tarifa americana de importação de etanol vêm crescendo nos Estados Unidos. Em março, um grupo de senadores dos americanos propôs um projeto de lei para reduzir a tarifa de importação do etanol para alcançar paridade com os US$ 0,45 pagos como incentivo aos distribuidores americanos para adicionar etanol à gasolina.