Brizola Neto toma posse no Ministério do Trabalho e projeta montagem da equipe de transição

Pedetista comentou a relação de seu partido com o governo federalO novo ministro do Trabalho, Brizola Neto (PDT), tomou posse em cerimônia realizada nesta quinta, dia 3, no Palácio do Planalto. Após a solenidade, o pedetista afirmou que está montando uma equipe de transição e que não ainda não existe uma definição sobre cargos.

– Há uma equipe de transição que está sendo montada, que vai entrar em contato com a atual equipe do ministério. Vamos buscar, dentro de um clima de tranquilidade, fazer essa transição para que tudo continue funcionando – disse.

Questionado sobre a relação de seu partido, o PDT, com o governo federal, abalada por denúncias de irregularidades no Ministério do Trabalho, Brizola disse que a legenda está ciente do seu papel no campo político.

– O que conduz um partido não são preferências pessoais. O que conduz um partido são os seus compromissos públicos, o seu programa partidário, e para nós é muito claro o seu papel no que diz respeito ao compromisso com o que é o trabalhismo e a sua afinidade com o governo da presidenta Dilma, assim como era com o governo do presidente Lula – completou.

Brizola Neto assume defendendo a modernização do ministério e a melhoria das relações de trabalho. Na platéia, autoridades, representantes da classe trabalhadora e familiares do novo titular da pasta. Durante o discurso, a presidente Dilma Rousseff explicou a escolha.

– Nomear como ministro do trabalho Carlos Daudt Brizola Neto reforça em meu governo o reconhecimento da importância histórica do trabalhismo na formação do nosso país – afirmou.

Dilma também lembrou das prioridades do governo na área econômica.

– Queremos um país com taxas de juros compatíveis com as praticadas no mercado internacional. Queremos que o nosso câmbio não seja objeto de políticas monetárias expansionistas e queremos que o país tenha impostos mais baixos para segurar a produtividade dos seus produtos, dos seus processos de trabalho – complementou.

As entidades que representam os trabalhadores do campo e da cidade disseram esperar que antigas reivindicações sejam atendidas.

– Ter uma atenção mais especial para o campo brasileiro. Para os cinco milhões de assalariados rurais, sendo que somente entre 35% e 38% têm carteira assinada. Fortalecer os sindicatos, especialmente no campo, onde muitos nem sequer conseguiram o registro sindical. Isso impede os sindicatos de fazer acordos coletivos de trabalho – apontou o presidente da Contag, Alberto Broch.

– Ele deveria trazer de volta o empresariado que saiu de dentro do Ministério do Trabalho, o Codefat. Além disso, poderia rever a questão do ponto eletrônico. Foram as duas questões que atrapalharam muito o trabalho do ministério – disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva.