Na véspera da inauguração do Terminal Portuário Fronteira Norte (Terfron), os jornalistas que acompanham o evento tiveram o privilégio de jantar com o presidente mundial da gigante do agronegócio, Soren Schroder. A presença dele em Barcarena, no Pará, para o evento histórico que marca uma nova era na logística brasileira, dá a dimensão exata do que representa esta nova rota do agronegócio.
– Os produtores de soja brasileiros estão confiando em nós para abrir este novo corredor – declarou Schroder durante a conversa com os repórteres.
A velocidade para descarregar cada barcaça é de 1.500 toneladas por hora, em um sistema ágil que utiliza esteiras. Em princípio, 85% da movimentação será realizada pela hidrovia e só 15% de caminhão.
A expectativa da Bunge até o fim de 2014 é movimentar 2 milhões de toneladas de grãos, no entanto, nos próximos anos, o objetivo é chegar a 4 milhões. Para que isso seja possível é preciso dragar o canal de acesso ao porto que hoje permite a aproximação de navios com quase 13 metros de calado com capacidade para 70 mil toneladas. Aumentando a profundidade do canal em mais alguns metros, a Vila do Conde poderá embarcar navios com mais 120 mil toneladas de grãos.
Terfron
A nova rota, que tem como destino o Terminal Portuário Fronteira Norte, pretende absorver a produção do médio norte de Mato Grosso. Os grãos serão transportados por 1.000 quilômetros até a estação de transbordo em Miritituba, no Pará. Lá serão colocados em barcaças que seguirão pelo rio Tapajós até o Terfron, no Porto de Vila do Conde, em Barcarena. O comboio é formado por 20 barcaças com capacidade para transportar 40 mil toneladas, o equivalente a mil caminhões carregados.
O presidente da Bunge Brasil, Pedro Parente, que participou do jantar com os jornalistas, afirmou que a nova rota trará uma economia de 20% no tempo de transporte para Europa e 15% para China.
– Ganha tempo, ganha eficiência, ganha o agronegócio – afirmou Parente.
Presidente critica modelo atual de escoamento da safra
Durante a cerimônia, a presidente Dilma Rousseff cruticou o atual modelo de escoamento de safra do país e afirmou que os polos de produção agrícola precisam de um sistema de transporte que “proporcione menor custo e mais rapidez para o embarque das safras” para exportação. De acordo com Dilma, o Centro-Oeste e o Norte são as regiões que, nas últimas décadas, têm se tornado os principais polos de produção agrícola.
– Agora é a hora do Centro-Oeste e do Norte, porque o Sul e o Sudeste têm desenvolvido sua infraestrutura – disse a presidente. Ela citou ainda que, para o aumento da produtividade, da competitividade e do saldo comercial, as obras hidroviárias serão determinantes.
* A equipe do Canal Rural viajou a convite da Bunge.