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BB admite demora na liberação de crédito para armazéns

Banco do Brasil explica que recursos do PCA exigem mais cautela; levantamento mostra acesso às linhas de crédito estão mais difíceis nos últimos meses

Manaíra Lacerda | Não-Me-Toque (RS)

Há mais de oito meses, os produtores rurais que querem construir armazéns têm encontrado dificuldades para conseguir financiamento com subvenção do governo federal. A afirmação é do grupo de Armazenagem da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

O dinheiro público, que financia até 100% desses projetos vem do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), controlado pelo BNDES. A taxa de juros é de 7,5% ao ano, com pagamento em até 15 anos. As operações até R$ 20 milhões são feitas de forma indireta, por instituições financeiras credenciadas ao banco de desenvolvimento.

– A solicitação chega, os produtores têm o crédito liberado pelo banco, mas os financiamentos não saem. O banco diz que os recursos existem, mas que está na alçada do BNDES. O BNDES diz que o banco não está levando a solicitação para eles e por isso o valor não é liberado – explica o representante da Abimaq, José Luiz Viscardi.

A instituição que mais financia armazéns no país é o Banco do Brasil. Durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS), o diretor de Agronegócio do banco, Clênio Teribele, disse que não houve aumento de exigência nas garantias para liberar dinheiro. Ele também negou entraves burocráticos, mas reconheceu que, em alguns casos, a autorização do financiamento pode demorar.

– As linhas de crédito que usam recursos públicos precisam se sujeitar a condições para uso desse recurso, como, por exemplo, licenciamento ambiental, documentação regular, projeto aprovado nos órgãos competentes. São situações que demandam tempo que, eventualmente, podem gerar algum tipo de demora na liberação. Mas o Banco do Brasil está com normalidade nas linhas de financiamento para a armazenagem – afirma o dirigente do BB.

Para o diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, há falta de interesse por parte das instituições financeiras em liberar crédito para armazenagem.

– Historicamente, a venda de máquinas agrícolas sai em uma velocidade incrível, por quê? Porque o negócio tem uma garantia real. Se der problema, a instituição vai lá e recolhe a máquina do produtor. E no caso do armazém? Não tem jeito. Eles [bancos] preferem protelar, porque não vê um beneficio direto, por isso buscam os mínimos detalhes no projeto. Tudo isso é muito evidente para nós. É claro que em um cenário como esse o banco vai apertar mais ainda – critica Rosa.

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