“A existência de um cartel nesse setor prejudicaria a economia do país como um todo”, afirmou o órgão antitruste por meio de nota.
Item relevante da cesta básica, a farinha de trigo é usada também na panificação, setor que corresponde a mais de 50% da demanda do produto, além de fabricação de massas, doces e biscoitos.
Durante a operação nas cidades de Maceió (AL), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Natal (RN), foram cumpridos 15 mandatos de buscas em seis empresas de moagem, três distribuidoras e uma associação. O objetivo foi apurar denúncias de que havia reuniões frequentes entre diretores das companhias para negociar preços, condições de venda e divisão do mercado.
“De acordo com as denúncias, os distribuidores não poderiam descumprir os acordos firmados, sob pena de sofrerem sanções. Os comerciantes que não aceitassem o acordo seriam punidos com cortes no volume do produto e com o aumento do preço no mês seguinte”, completou a nota.
Batizada de “Operação Mós”, em referência às pedras que trituram os grãos nos moinhos, a força-tarefa contou com o apoio de 28 oficiais de Justiça, 70 policiais rodoviários federais, 16 peritos da Polícia Federal, 39 servidores do Cade, dois servidores do Ministério Público, além do auxílio da Procuradoria Regional Federal da 5ª Região.
Os documentos apreendidos serão analisados pela Superintendência-Geral do Cade e, caso os indícios de cartel sejam confirmados, um processo administrativo será aberto pelo órgão de defesa da concorrência.