Novo terminal de transbordo em Porto Nacional pode diminuir o custo do frete na região sul do Estado, que chega a ser 30% maior via rodovia
Fernanda Farias | Porto Nacional e Gurupi (TO)
Começou a operar no município de Porto Nacional, no Tocantins, o terminal de transbordo ferroviário da empresa Agrex do Brasil. Com isso, os produtores da região pedem mais investimentos na malha ferroviária, para agilizar o escoamento da produção e reduzir os custos com o frete. O terminal custou cerca de R$ 25 milhões.
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A produção do agricultor Wagner Corrêa Gomes e dos produtores da região do Porto Nacional segue pela rodovia até o Porto Palmeirante, único terminal ferroviário em funcionamento até agora. Com o início das operações, o agricultor acredita que o preço final pago pela soja deve melhorar.
– O grande problema é quando Mato Grosso colhe também, há muita fila de espera de caminhões. Se a gente conseguir trazer o escoamento para cá, vai baratear o frete, e o produtor consegue uma melhor remuneração – destaca.
Inicialmente, o terminal vai receber a produção de 60 agricultores de Tocantins e da Bahia. As 250 mil toneladas previstas para escoamento serão transportadas pela ferrovia até o Porto de Itaqui, no Maranhão.
A capacidade estática da unidade é de 90 mil toneladas. A movimentação anual pode chegar até 800 mil. Para a Associação dos Produtores de Soja estadual (Aprosoja-TO), o investimento representa um avanço, mas os preços praticados precisam melhorar.
– Reconhecemos a importância da obra, mas a preocupação que surge é para que as empresas repassem ao produtor o diferencial entre os modais no custo do frente. Isso traz mais renda para o produtor – explica o presidente da Aprosoja-TO, Ruben Ritter.
No Brasil, a malha ferroviária é de 28 mil km. No Tocantins, os agricultores pedem mais investimentos nesse modal, para agilizar reduzir o frete, que acaba sendo até 30% mais caro pelas rodovias, além de tornar mais rápido o escoamento.
No sul do Estado, as 450 mil toneladas produzidas na região poderiam ser escoadas até os portos pela ferrovia Norte-Sul, que passa por Gurupi, mas a ferrovia está desativada. Em 2014, houve a última licitação para escolher a empresa que construiria um terminal de transbordo na cidade. O valor estipulado era na casa dos R$ 8 milhões, mas não houve nenhum interessado.
Antes disso, em 2012, a armazenadora de grãos Fazendão Agronegócio havia vencido a licitação por R$ 1 milhão para explorar o espaço por 30 anos. O projeto do terminal custaria mais de R$ 15 milhões, mas a licitação foi suspensa pelo governo federal.
– Hoje, toda a soja e todos os grãos saem via caminhão. Com o terminal, a gente poderia economizar com o frete – lembra o diretor da Fazendão Agronegócio Volney Aquino.
A concessão de ferrovias é responsabilidade da união, mas o governo estadual promete buscar investimentos para melhorar a logística de Tocantins.
– Vamos aumentar todo o investimento em logística, justamente por entender que o agronegócio é importante para o Estado. Vamos trabalhar em conjunto para garantir o desenvolvimento econômico do Tocantins – explica a vice-governadora do Estado, Cláudia Lelis.
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