O ano de 2009 foi de grande expectativa para a apicultura. A abertura do mercado europeu, um ano antes, fez muita gente investir mais na atividade. O apicultor Maurílio Ferreira de Moraes, do Alto Paraná, comprou mais de 300 colmeias novas. Ele esperava produzir 18 toneladas, mas conseguiu sete. O motivo foi o clima.
? 2009 não foi nada bom. Foi excesso de chuva e a produção foi bem fraca. Nunca tinha visto tanta chuva, foi demais e aí comprometeu a safra.
E não foi só no Paraná. Apicultores de Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina também produziram menos por causa do excesso de chuva.
Não foram só os apicultores que investiram, os exportadores também. O Entreposto de Rio Claro (SP), que recebe mel dos produtores, processa e vende ao mercado externo, investiu R$ 260 mil entre 2008 e 2009 para se adequar às normas internacionais de exportação. Tudo isso na expectativa de realizar grandes vendas externas no ano passado. Só que não foi isso que aconteceu.
A Associação Brasileira de Exportadores de Mel (Abemel) previa exportar 36 mil toneladas, mas foram embarcadas 26 mil. Foi 42% a mais que 2008, mas não atingiu a meta de 2009, comprometendo os resultados do setor. Como os apicultores tiveram custo mais alto para produzir, repassaram o valor na hora de vender e o mel chegou aos entrepostos em média 15% mais caro que em 2008.
? Muita empresas tiveram que absorver o prejuízo ? constata a presidente da Abemel, Joelma de Brito.
A queda do dólar também prejudicou as vendas externas. O empresário exportador André Bussab, que trabalha com exportação de mel, quase não conseguiu ter lucro em 2009.
? Essa volatilidade prejudica muito.
Ele explica que o país acabou perdendo também a oportunidade de vender para mercados abertos recentemente, como África do Sul e Japão.