As torrefadoras de Minas Gerais, maior Estado produtor de café, já promoveram gradual reajuste de preços. O mesmo se verifica nesta semana em São Paulo, principal centro consumidor da bebida.
– Em média, o preço do café deve subir de 10% a 15%, distribuído em duas ou mais vezes, até que se estabeleça um novo nível de preço – explicou Nathan.
• Preço do café deve se manter em alta devido à estiagem
Mesmo com reajuste, disse Nathan, a expectativa é de crescimento do consumo interno, da ordem de 2% a 4% este ano. Ele considera também que não há risco para a inflação, já que o café tem peso relativamente baixo nos indicadores de preços.
Pelos cálculos dos produtores de café, não haverá problema de abastecimento com o produto, considerando o estoque em cooperativas e do governo, além da colheita que se inicia em breve. No entanto, a safra 2014 será menor do que as projeções iniciais, segundo Nathan, por causa da estiagem no início deste ano.
Desde o início do ano, a cotação do contrato futuro de café arábica, na Bolsa de Nova York, acumula valorização de cerca de 80%, principalmente por causa da quebra na produção brasileira, a maior do mundo. Uma “explosão” dos preços do café, como a verificada atualmente, é o que causa preocupação à cadeia produtiva. Cotações muito altas estimulam o plantio, provocando um novo ciclo de queda dos preços.
– O problema é a volatilidade. O industrial fica sem saber se usa seus estoques ou compra da “mão-para-boca”, ou ainda se muda seu blend. O grau de incerteza é muito elevado – concluiu Nathan.