O café arábica opera com preços mais baixos na sessão eletrônica da Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE) neste momento. Após as fortes altas observadas na última sessão, o mercado é pressionado por um movimento de realização de lucros. A expectativa de retorno das chuvas em áreas produtoras no Brasil no curto prazo e a baixa nos preços do petróleo atuam contribuem para pressionar as cotações.
Os contratos com entrega em março/24 operam a 170,80 centavos de dólar por libra-peso, baixa de 0,35 centavos ou 0,20%.
Ontem (20), o café encerrou com preços acentuadamente mais altos.
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Após as perdas da semana anterior, quando o contrato março acumulou baixa de 2,3%, a segunda-feira foi de boa recuperação nos preços. As cotações dispararam, com o mercado recuperando a importante linha de US$ 1,70 a libra-peso.
Vários fatores contribuíram para os ganhos. A baixa do dólar contra o real outras moedas e a subida do petróleo, e de outras commodities, foi aspecto altista. As bolsas de valores também avançaram e o café ganhou força para uma recuperação.
As preocupações com a contínua baixa nos estoques certificados da bolsa seguem como ponto positivo para os preços. E o mercado está atento às condições climáticas para a safra de 2024 do Brasil. Em que pesem as indicações de melhora recente nas chuvas, e expectativa de redução nas temperaturas no curto prazo, as previsões apontam para novos momentos de preocupação para meados de dezembro, com as chuvas escasseando e com as temperaturas devendo subir novamente, o que gera temores em relação à safra de 2024.
A adida agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília reduziu a estimativa de produção de café do Brasil na safra 2023/24 (julho-junho) para 66,3 milhões de sacas de 60 quilos, ante 66,4 milhões seis meses atrás, diante de uma revisão na projeção para produção de café robusta/conilon.
A produção de café arábica deverá atingir 44,9 milhões de sacas, um aumento de 12,8% em relação à temporada anterior, por conta de uma elevação da área plantada e maior produtividade, beneficiada por condições climáticas favoráveis em comparação com safras passadas. Produtores do principal estado, Minas Gerais, particularmente, relataram melhores rendimentos ao longo da colheita.
A produção de café robusta/conilon está projetada em 21,4 milhões de sacas, 1,4% inferior na comparação com a estimativa anterior, de 21,7 milhões, e 6,1% inferior em relação à safra passada. Essa diminuição se deve a uma redução esperada na produtividade em decorrência de condições climáticas adversas durante as fases iniciais do ciclo produtivo das plantas, como as altas temperaturas provocadas pelo fenômeno El Niño, especialmente no estado do Espírito Santo, principal produtor de café robusta.
Segundo o USDA, o Brasil produziu no total 62,6 milhões de sacas de 60 quilos de café na safra 2022/23.
A produção de café da Colômbia deverá aumentar para 11,5 milhões de sacas de 60 quilos em 2023/24 (outubro-setembro), ante 10,7 milhões em 2022/23, uma alta de 7,5%, segundo o adido agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Bogotá. O USDA estima ainda que as exportações de café da Colômbia aumentarão para 12 milhões de sacas em 2023/24, ante 10,7 milhões em 2022/23.
Os contratos com entrega em dezembro/2023 fecharam o dia a 171,15 centavos de dólar por libra-peso, valorização de 4,50 centavos, ou de 2,7%. A posição março/2024 fechou a 170,40 centavos, alta de 3,85 centavos, ou de 2,3%.
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