A greve lançada nesta sexta-feira pelas patronais agrárias, a segunda este ano e a sétima desde que se iniciou o conflito, há um ano, inclui uma paralisação da comercialização de grãos e gado bovino durante sete dias, cujos efeitos poderiam ser sentido nos mercados e portos a partir da segunda-feira.
O mal-estar no campo voltou a ganhar força nesta quinta-feira, depois de o governo se negar a dar quorum no Parlamento para debater um projeto apresentado pela oposição para reduzir os impostos às exportações de grãos.
A irritação dos agricultores cresceu quando, nesse mesmo dia, a presidente argentina, Cristina Fernández de Kirchner, anunciou que destinará às províncias e municípios 30% do arrecadado pelo imposto às exportações de soja, o principal cultivo do país. O imposto sobre as exportações de soja é de 35%, e o Executivo se nega a reduzi-lo para não afetar as contas públicas.
O conflito com as patronais rurais explodiu no dia 11 de março de 2008, quando o Executivo impôs um esquema de impostos variáveis às vendas de grãos ao exterior que foi rejeitado pelo Parlamento.
Por esta situação, a Argentina, um dos maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos, sofreu no ano passado perdas milionárias pelas greves agropecuárias e os bloqueios de estradas organizados pelos produtores rurais.