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Alta do café é pontual, alertam analistas

A projeção é de que muita coisa possa mudar nos preços, já que a projeção de safra recorde de produção pode não acontecer por conta do clima no início da florada, que não foi favorável

Fonte: Maria Anffe/ GcomMT

O preço do café vem de seguidas altas no mercado internacional, mas analistas alertam que a situação é pontual e pode não durar muito tempo, porque nem mesmo essa reação nos valores deve estimular as exportações do grão brasileiro.

A semana foi de mercado aquecido, com quatro altas consecutivas na bolsa de Nova York e vencimentos para dezembro ultrapassando os 125 cents de dólar por libra-peso. “Essa altas são pontuais e é a realização de lucros frente a toda a queda que ocorreu. O mercado entendeu isso como uma oportunidade de compra e, além de realizar lucro, fez a sua posição em conjunto com uma mudança internacional em termos de commodities. Eles caíram e, com isso, permitiu-se que o café também se aproveitasse do processo inverso”, disse Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria.

Analistas acreditam que até o próximo mês muita coisa possa mudar nos preços, já que a projeção de safra recorde de produção pode não acontecer por conta do clima no início da florada, que não foi favorável.

Em muitas regiões brasileiras, a seca tomou conta das lavouras prejudicando a formação das plantas. Agora, para os próximos dias, o Instituto Nacional de Meteorologia prevê acumulo de 100 milímetros nas principais regiões produtoras, como Espírito Santo e Cerrado Mineiro.

“Tivemos chuvas irregulares nos últimos três anos e já dá para se falar que não teremos safra recorde, apesar de ser um ano de safra cheia. Ela será bem maior que 2017, mas não no tamanho de 2016. Mas isso ainda é no campo da especulação”, comentou o analista de mercado Eduardo Carvalhaes.

O volume das exportações caiu nos últimos três anos. Em 2015, foram 37 milhões de sacas, passando para 34 milhões em 2016 e a projeção de 2017 é de que seja de 30,5 milhões de sacas. O analista explica, no entanto, que a queda acontece por causa da redução dos estoques.

“Antes, o Brasil tinha estoques governamentais. Tivemos isso por 100 anos e com três anos sem o clima ajudar, nós ainda tínhamos estoques e exportávamos. Agora, esse estoque governamental não existe e, se a safra não ajudar, mesmo acontecendo chuva no modo certo, não dá para enxergar uma exportação acima dos 33 a 34 milhões”, concluiu Carvalhaes.

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