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Alternativas sustentáveis para o desenvolvimento da Amazônia precisam de investimentos permanentes

Pesquisador do Imazon acredita que não se pode voltar ao modelo antigoO modelo de desenvolvimento para a Amazônia que considerava a floresta como um obstáculo para o crescimento econômico da região está ultrapassado, mas a consolidação de alternativas sustentáveis precisa de investimentos permanentes.

? Não podemos voltar ao modelo antigo, do desmatamento, que não deu certo. Temos que olhar um novo modelo e dar escala a ele ? defendeu nesta quinta, dia 25, o pesquisador do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) Adalberto Veríssimo durante encontro anual do Fórum Amazônia Sustentável.

O ex-governador e senador eleito pelo Acre, Tião Viana (PT), disse que sem uma “economia florestal”, nem a tendência de queda do desmatamento da região será revertida em benefícios para os moradores da região.

? Com a queda do desmatamento pode ser que a vinda de recursos fique ainda mais escassa, porque diminuirá a pressão da sociedade. Ainda é muito fácil captar recursos para projetos insustentáveis. O crédito está no século passado ? comparou.

Viana defendeu mudanças na legislação para dar escala a investimentos sustentáveis e aumentar as compensações que os estados da região recebem pelo uso dos recursos naturais.

? Temos que trabalhar para que quem vive das cidades também se beneficie do uso de recursos naturais na Amazônia ? avaliou Viana.

O senador disse que pretende retomar no Congresso a discussão do FPE Verde (Fundo de Participação dos Estados), projeto da senadora Marina Silva, que cria uma reserva de recursos para estados que tenham unidades de conservação e terras indígenas em seus territórios.

O vice-governador eleito do Pará, Helenilson Gomes, argumentou que o atual modelo regulatório não permite que os lucros da exploração das riquezas extraídas das florestas se traduzam em desenvolvimento para a região.

? O Pará é o 13° PIB (Produto Interno Bruto) do país, principalmente por causa da mineração, mas é o sexto estado mais pobre. Temos 2,8 milhões de paraenses que vivem abaixo da linha da pobreza.

Segundo Veríssimo, do Imazon, a substituição do modelo tradicional de exploração da Amazônia por uma economia que valorize a floresta e os serviços ambientais da biodiversidade demanda investimentos de cerca de R$ 20 bilhões por ano para serem aplicados em pesquisa e medidas como ordenamento fundiário e melhoria da capacidade de gestão dos Estados.

 

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