O Brasil produz 57 bilhões de litros de biodiesel por ano. Quarenta e uma indústrias, espalhadas pelo país, se dedicam a transformar óleo vegetal em combustível – um mercado que tem incentivo do governo. A comercialização do biodiesel é feita nos leiloes promovidos pela ANP.
O empresário Alexandre Pereira participa dos leiloes desde 2007 e vem aumentando os investimentos no setor. Só neste ano foram mais de R$ 23,5 milhões para ampliar a capacidade da usina, que fica em Taubaté, interior de São Paulo.
Mas o crescimento da companhia depende dos valores pagos pelo litro do biodiesel. Para o próximo leilão do dia 30, a ANP estabeleceu o teto máximo em R$ 2,32 pelo litro, o mesmo valor praticado no ultimo leilão, realizado em maio.
A situação preocupa porque enquanto o preço do biodiesel permanece o mesmo, a cotação do óleo de soja, ainda a principal matéria prima das usinas, não para de subir. Segundo a Agência Safras, nos últimos dois meses o preço da tonelada passou de R$ 1,7 mil para R$ 1,9mil. O analista de mercado Miguel Biegai alerta que se o custo continuar aumentando, as empresas podem ter prejuízo:
? O receio é vender o biodiesel por R$ 2,32 ou R$ 2,30 e o preço do óleo de soja disparar no quarto trimestre. Vai ter um preço de venda de biodiesel fixado e o preço do insumo subindo. Ou seja, pode acontecer do preço do insumo ser mais alto, como aconteceu já. Já aconteceu do setor vender biodiesel por um preço e o óleo de soja ultrapassar em muito o preço de venda do biodiesel.