De acordo com dados da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná (SEAB), cada vez mais produtores rurais estão se dedicando à produção de frango de forma integrada, isto é, com subsídio das indústrias avícolas no Paraná. Em agosto do ano 2000, havia 5.810 aviários cadastrados pela SEAB no Estado; hoje eles somam 11.465, o que representa um aumento de 50,6% em apenas oito anos. O número de granjas dobrou em menos de uma década, impulsionado pelo boom da avicultura.
Para Aguinaldo Bulla, gerente de expansão e integração do Grupo Frangos Canção, maior abatedouro de aves de Maringá, no norte paranaense, cresceu a segurança do pequeno produtor para investir.
? Hoje, graças aos aumentos de limite de crédito, que ainda não são os ideais, mas já ajudam muito, os produtores podem colocar o dinheiro no frango sem o risco de acumular prejuízos em virtude de um período de seca ou de chuvas intensas ? explica.
Este aumento de limite de crédito rural, citado por Bulla, foi regulamentado no segundo semestre do ano passado, quando entrou em vigor o atual “ano agrícola” (período de safra, que começa em julho de um ano e vai até junho do ano seguinte), com o Plano Safra da Agricultura Familiar 2008/2009, lançado pelo governo federal.
O pacote de auxílio financeiro destina R$ 13 bilhões em crédito aos pequenos produtores rurais atendidos pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) são R$ 8 bilhões a mais do que o previsto para o ano agrícola 2007/2008. Com esta injeção de crédito, as cotas de financiamento para o pequeno produtor rural interessado na construção de um aviário passaram de R$ 200 para R$ 250 mil por pessoa (CPF) e prazo de 8 anos para pagamento, sendo que 2 anos e meio são de carência.
O aumento do limite estimula estas famílias, que com o teto de crédito anterior não tinham condições de ingressar no promissor segmento avícola. Entretanto, Bulla defende um novo ajuste, com novos limites e prazos em razão dadinâmica da economia mundial.
? Acreditamos que o governo federal poderia ter aumentado ainda mais este limite, pois com os efeitos da crise, alguns materiais para a construção e manutenção dos barracões das granjas, como alumínio e custos com água e energia ficaram mais caros. No momento, R$ 280 mil, com prazo de 11 anos para quitar o financiamento e uma carência de 4 anos seria o ideal ? acrescenta Bulla.
Antiga reivindicação dos empresários do setor avícola, em função do crescimento dos custos dos insumos vivido pelo setor, este maior limite de crédito chega até o pequeno produtor por meio do CONVIR – Convênio de Integração oferecido pelo Banco do Brasil, seguindo as regras do Prodeagro (Programa de Desenvolvimento do Agronegócio), com recursos do BNDES e Pronaf.
Até o início de 2009 já foram creditados 87 financiamentos por meio do CONVIR de forma integrada com o Grupo Frangos Canção. Os pequenos produtores, inclusive, já estão com os aviários em funcionamento. E ainda há outros 56 pedidos de financiamento protocolados, apenas aguardando a aprovação das linhas de crédito.
? Outra prova de que o investimento na avicultura é muito seguro é o número de pedidos de aprovação de aviários. Nós precisávamos de mais 51 granjas para atender nossa demanda atual, mas algumas aprovações ficaram somente para o próximo ano agrícola, que começa em julho ? conta Bulla.
Com os 87 aviários já em funcionamento pelo convênio do CONVIR, o Grupo Frangos Canção aumenta o seu abate diário em 70 mil aves hoje o abate da empresa é de 160 mil aves/dia.
? Sem dúvida, temos espaço para mais granjas, mas é fato que o CONVIR está impulsionando o crescimento do Grupo, pois gera novos empregos e melhora a renda do produtor rural, nosso parceiro comercial ? finaliza o gerente.