SG Biofuels investe no desenvolvimento de sementes de pinhão manso no Brasil

Empresa conseguiu "domesticar" a oleaginosa, obtendo um híbrido de produtividade constanteA SG Biofuels, empresa norte-americana de bioenergia, está expandindo suas operações para o Brasil para explorar o mercado de pinhão manso. Com sede na Califórnia, a empresa desenvolve sementes híbridas de pinhão manso, oleaginosa utilizada atualmente na produção de biodiesel e de combustíveis de aviação.

A empresa desenvolveu mais de 12 mil híbridos de pinhão manso, com alta produtividade. O presidente da SG Biofuels, Kirk Haney, disse que a empresa também conseguiu “domesticar” o pinhão manso, obtendo um híbrido que possui produtividade constante e não alterna safras produtivas com outras de menor resultado.

Haney informou que o representante chefe da subsidiária brasileira, a SG Biofuels do Brasil será Fernando Reinach, especialista em bioenergia e membro do conselho de administração da Amyris, que também desenvolve biocombustíveis.

Segundo o executivo, a produtividade desse híbrido é quatro vezes maior que a da soja, com a vantagem de ser uma oleaginosa que não é usada para alimentação. A empresa deve começar os testes com os híbridos em várias partes do Brasil para descobrir qual semente é adequada para cada clima. As sementes devem estar disponíveis em cerca de um ano depois de feitos os testes.

Vendas

A estratégia para a venda das sementes inclui uma triangulação com a ponta compradora.

? Vamos oferecer a semente para o produtor vinculado a uma demanda existente de uma empresa ? disse Haney.

A empresa já está comercializando suas sementes na Índia, México, Guatemala e Colômbia. Nestes países, a SG possui parceria com a Bunge, que compra a produção. Segundo Haney, a parceria pode ser estendida para o Brasil.

O grande desafio da empresa será mudar a percepção do produtor, já que muitos deles plantaram o pinhão manso “selvagem” e não conseguiram bons resultados. A diferença, diz, é que o pinhão manso oferecido pela empresa foi selecionado via processos de hibridação, “e não se comporta como o encontrado no Brasil, que não tem um desempenho estável”. No desenvolvimento, foram investidos US$ 9,4 milhões nos últimos quatro anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.