O fotógrafo Francisco Pinto chega a tomar cinco cafezinhos por dia.
? É super necessário, é imprescindível, parece que eu não acordei se não tomei um cafezinho ? conta.
Mas tomar café deixou de ser apenas uma necessidade.
? A gente fala no dia-a-dia “tomar um café”. É importante porque nos negócios a gente marca ponto de encontro, marca um lugar pra conversar ? diz a administradora Lísias Guimarães.
Tendências como estas foram observadas em uma pesquisa divulgada pela Abic, que não só apontou o café como a segunda bebida mais consumida pelos brasileiros, como também trouxe uma boa notícia em meio à crise econômica global. O crescimento de 4,5% do consumo de 2008 vai se repetir em 2009, podendo chegar a 19 milhões de sacas.
? Nós estamos prevendo isso porque a crise já vem se abatendo sobre a economia brasileira desde meados do ano e os números que temos até o momento indicam crescimento de consumo. Os números de novembro e outubro não mostram decréscimo no consumo ? estima o analista de mercado de café Eduardo Carvalhaes.
Uma cafeteria de São Paulo costuma servir mais de 800 cafés por dia, e as vendas da rede aumentaram em 28% este ano.
? Eu acho que com a crise de repente as pessoas começaram a parar para pensar mais nos valores, o que é mais importante, estar com a família, amigos, sentar e bater um papo ? arrisca a gerente de marketing Vanessa Mills.
Um dos fatores que tem contribuído para manter o consumo de café em alta no Brasil é a mudança do perfil do consumidor. A bebida, que antes era um costume de pessoas mais velhas, passou a ser a preferência dos jovens. Além disso, a classe C foi a que mais aumentou o hábito de tomar café nos últimos cinco anos.
Tudo isso significa dizer que além de maior produtor e exportador, o Brasil também está chegando próximo de ser o principal consumidor de café do mundo.