BALANÇO

Brasil registra queda de 19% nas exportações de café em 2023

No acumulado de 11 meses do ano safra 2022/23, as exportações brasileiras de café alcançaram 32,977 milhões de sacas, queda de 9,7%

No acumulado do ano até maio, o Brasil exportou 13,6 milhões de sacas de café, representando uma queda de 19% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Esse resultado reflete um início de colheita mais lento e a escassez de café devido a duas safras menores.

De acordo com o relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em maio, as exportações brasileiras de café totalizaram 2,448 milhões de sacas de 60 kg, gerando uma receita cambial de US$ 544,8 milhões.

Em relação ao mesmo mês de 2022, houve uma redução de 17,4% em volume e 22,6% em valor.

No acumulado de 11 meses do ano safra 2022/23, as exportações brasileiras de café alcançaram 32,977 milhões de sacas, registrando uma queda de 9,7% em relação ao período entre julho de 2021 e maio de 2022.

Porém, a receita aumentou 2,1% nessa comparação, totalizando US$ 7,546 bilhões, impulsionada pelo aumento do preço médio do produto.

Ritmo mais lento da colheita

Segundo Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, a colheita do café no Brasil atingiu cerca de 20% do previsto até o final de maio, ficando abaixo da média dos últimos cinco anos em cerca de 10 pontos percentuais.

Ele destaca que essa menor performance nas exportações é influenciada pelo ritmo mais lento da colheita e pela quantidade limitada de café remanescente devido às safras menores e adversidades climáticas dos anos anteriores.

Ferreira observa que com a entrada dos cafés da safra 2023/24, é provável que ocorra um aumento nos volumes exportados nos próximos meses.

Ele destaca que o cinturão cafeeiro do Brasil não foi afetado pelo clima até o momento, e as perspectivas são boas para a nova safra, com os importadores demonstrando interesse em adquirir os cafés arábica brasileiros.

Nos primeiros meses do ano, a escassez da variedade brasileira fez com que fosse negociada com prêmio sobre a Bolsa de Nova York.

No entanto, com a chegada da nova safra, os diferenciais de preço têm se ajustado aos níveis históricos, resultando em mais negociações.

Espera-se, portanto, um aumento nos volumes de embarques nos próximos meses.

Destinos das exportações brasileiras

Em relação aos principais destinos das exportações brasileiras de café nos cinco primeiros meses de 2023, os Estados Unidos continuam sendo o principal importador, adquirindo 2,512 milhões de sacas, o que representa uma redução de 23,1% em comparação ao mesmo período de 2022.

Em segundo lugar está a Alemanha, seguida pela Itália, Japão e Bélgica.

No que diz respeito aos tipos de café exportados, o café arábica foi o mais enviado ao exterior, representando 84,5% do total exportado.

Em seguida, o café solúvel teve uma participação de 11,5%, enquanto a variedade canéfora (robusta + conilon) representou 3,9%, e o café torrado e torrado e moído, apenas 0,1%.

Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou certificações de práticas sustentáveis, responderam por 17,7% das exportações totais do Brasil nos primeiros cinco meses de 2023, totalizando 2,398 milhões de sacas.

O complexo marítimo de Santos (SP) continua sendo o principal ponto de exportação do café brasileiro, representando 76,4% do total.

Os portos do Rio de Janeiro e Paranaguá (PR) ocupam o segundo e terceiro lugar, respectivamente.