Em no máximo duas semanas, o Ministério da Agricultura deve finalizar o projeto de crédito suplementar para o Brasil quitar a dívida que tem junto à Organização Internacional do Café (OIC). Em 30 de setembro, o país pagou o equivalente a 70% do que devia e justificou a desvalorização cambial como motivo para o total de R$ 1,774 mi disponível não ser suficiente para todo o débito.
O presidente do Conselho Nacional do Café, Silas Brasileiro, está finalizando o texto. Segundo ele, a ministra da Agricultura se comprometeu a retirar do orçamento da pasta os cerca de R$ 600 mil que faltam. “Simplesmente compromete a despesa da ministra. Ela vai ter que cortar em alguma coisa pra repassar esse recurso pra nós. Mas ela se prontificou a fazer isso, então não é nenhum recurso novo, não vai trazer nenhuma dificuldade para receita do governo. E com isso nós cremos que vai ser aprovado rapidamente”, afirmou.
O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. De janeiro a agosto deste ano, embarcou 23 milhões de sacas do produto. Para algumas autoridades ligadas ao setor, a falta de pagamento prejudicou essa imagem do país no cenário internacional. Mas o presidente da CNC garante que não. Silas Brasileiro também afirma que Robério Silva, o brasileiro que está à frente da entidade, poderá se candidatar novamente nas próximas eleições em setembro.
“A desvalorização do nosso real ficou clara para os membros da OIC, que entenderam essa situação. Nós estamos tranquilos. Os demais pares compreenderam a posição do Brasil. Portanto não há nenhuma restrição ou objeção à delegação brasileira dentro da organização, e em setembro vamos poder votar para reeleger o nosso representante como diretor-executivo da OIC”, disse Silas.