As informações são do Conselho Nacional do Café (CNC), com base em boletins de avisos fitossanitários da Fundação Procafé.
Na parte sul do Estado, maior área produtora de café no Brasil, a volume médio histórico de chuva em janeiro é de 269,9 milímetros, mas este ano o índice ficou em 126,7 mm, segundo a Fundação Procafé. No município de Carmo de Minas, a média histórica é de 307,8 mm, mas no mês passado ficou em apenas 84,4 mm.
No cerrado mineiro, as precipitações do mês passado também ficaram muito aquém da média (267,7 mm em comparação com 91,4 mm de janeiro passado). Em Araxá e Patrocínio, com chuvas de 46,8 mm e 76,4 mm, os índices pluviométricos foram, respectivamente, cerca de 250 mm e 160 mm inferiores ao normal para essas cidades (296 mm e 233 mm em janeiro). Já em Araguari, o volume de chuvas ficou 123 milímetros menor que a média.
O CNC alerta que há a expectativa para a ocorrência de novos veranicos neste mês no cerrado mineiro. Além disso, pode ocorrer restrição do uso da água em lavouras irrigadas, uma vez que os reservatórios hídricos se encontram em volumes muito baixos, limitando os trabalhos de irrigação.
Estoques
Os estoques globais de café não devem ser suficientes para impedir uma rali de preços durante a safra 2015/2016, uma vez que a demanda permanece firme e as plantações do Brasil ainda sofrem os efeitos da severa estiagem do ano passado. A avaliação é da chefe da consultoria norte-americana Ganes Consulting LLC, Judith Ganes Chase.
A expectativa é de que as reservas mundiais de café diminuam em quatro milhões de sacas de 60 kg neste ano, o que pode apertar ainda mais os estoques, segundo Judith. Além disso, a produção de Brasil e Indonésia não deve se recuperar a tempo para preencher reservas.
Especificamente com relação ao robusta, a consultora comenta que, neste ano, o clima adverso no Brasil e no Vietnã tende a prejudicar a produção da variedade.
– Simplesmente não há estoques para segurar os preços. Especuladores ainda preveem um rali (das cotações) – diz.