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Café em Nova York atinge menor patamar de preço em 13 anos

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

Foto: André Luíz A. Garcia/Fundação Procafé

Os preços do café arábica caíram pela quarta sessão seguida na Bolsa de Nova York nesta terça-feira, dia 18, e atingiram os patamares mais baixos em 13 anos.

Durante o dia, o mercado foi pressionado pelas chuvas que aliviam o estresse hídrico nas principais regiões produtoras do Sudeste brasileiro. Operadores digeriram também o novo relatório de safra nacional, confirmando uma produção recorde para o maior produtor mundial de café.

Segundo a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), o Brasil colheu 59,9 milhões de sacas de 60 quilos de café neste ano, elevação de 33,2% na comparação com o ano passado.

Londres

Na bolsa inglesa, o café conilon encerrou com preços mais altos. A sessão foi volátil e Londres acabou na contramão de Nova York para o arábica, diante de recuperação técnica e seguindo a valorização do petróleo.

Nos fundamentos, também figura a estimativa de safra recorde divulgada pela Conab, o que naturalmente traz pressão sobre as cotações globais. Mas, após as recentes perdas, Londres encontrou cobertura de posições vendidas e a reação técnica.

O 3oº levantamento da safra 2018 de café da Conab confirma que o Brasil terá a maior produção da sua história. Do total estimado, 45,9 milhões de sacas são de café arábica, que teve aumento de 34,1%. Já o conilon, com menor volume, deverá alcançar 14 milhões de sacas, o que representa um aumento de 30,3%.

De acordo com o estudo, a bienalidade positiva e as boas condições climáticas são as principais responsáveis pelos bons resultados. Soma-se a isto o avanço da tecnologia nesse setor, que traz aumento de produtividade.

No Brasil

Preços mais baixos também foram registrados no mercado doméstico, com cotações pressionadas pela desvalorização do arábica em Nova York e apenas negócios pontuais internamente. O conilon esteve com maior sustentação, com a alta em Londres.

Café no mercado físico – saca de 60 kg

      • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 400 a R$ 405
      • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 405 a R$ 410
      • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 340 a R$ 350
      • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 315 a R$ 320
      • Confira mais cotações

Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – libra-peso

      • Dezembro/2018: 95,85 (-1,45 cents)
      • Março/2019: 99,20 (-1,55 cents)

Café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) – tonelada

      • Novembro/2018: US$ 1.492 (+US$ 13)
      • Janeiro/2019: US$ 1.498 (+US$ 12)

Soja

Os preços da soja oscilaram entre estáveis e mais baixos no mercado brasileiro nesta terça. O mercado praticamente travou, com a movimentação prejudicada pela queda acentuada dos contratos futuros em Chicago.

Mercado internacional

A intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos e o bom avanço da colheita americana pressionaram as cotações, colocando o mercado perto dos menores níveis em dez anos.

A administração de Donald Trump anunciou, na segunda, dia 17, que vai impor tarifas sobre cerca de US$ 200 bilhões em produtos chineses como parte de sua campanha para pressionar Pequim a mudar suas práticas comerciais, aumentando as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

A sobretaxa de 10% sobre as importações chinesas entrará em vigor no próximo dia 24 e subirá para 25% no final do ano, segundo funcionários do governo.

Em resposta, a China anunciou tarifas comerciais que variam de 5% a 10% contra um total de US$ 60 bilhões em importações dos Estados Unidos. As novas tarifas chinesas entrarão em vigor no dia 24 de setembro, mesma data de aplicação das taxas norte-americanas, e devem impactar 5.207 tipos de produtos.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou relatório sobre a evolução colheita das lavouras de soja. Até 16 de setembro, a área colhida estava apontada em 6%. Em igual período do ano passado, a colheita era de 4%. A média é de 3%.

Soja no mercado físico – saca de 60 kg

  • Passo Fundo (RS): R$ 89
  • Cascavel (PR): R$ 88,50
  • Rondonópolis (MT): R$ 81
  • Dourados (MS): R$ 83,50
  • Porto de Paranaguá (PR): R$ 95
  • Porto de Rio Grande (RS): R$ 95
  • Porto de Santos (SP): R$ 95
  • Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 95
  • Confira mais cotações

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel

    • Novembro/2018: US$ 8,14 (-9,50 cents)
    • Janeiro/2019: US$ 8,28 (-9,25 cents)

Nos subprodutos, a posição outubro do farelo fechou com recuo de US$ 2,40 (0,79%), sendo negociada a US$ 300,50 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em outubro fecharam a 27,12 centavos de dólar, com baixa de 0,31 centavo ou 1,13%.


Milho

Os contratos foram pressionados pela intensificação da guerra comercial entre China e Estados Unidos e pela boa evolução da colheita nos EUA, o que acarretou baixas na Bolsa de Chicago.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou relatório sobre a evolução da colheita das lavouras de milho. Até 16 de setembro, a área colhida estava em 9%. Em igual período do ano passado o número era de 7%. A média para os últimos cinco anos é de 6%. Na semana anterior, o percentual era de 5 pontos.

No Brasil

Preços domésticos em baixa. Segundo o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, o mercado brasileiro de milho vem se deparando com uma maior fixação de oferta. Com necessidade de caixa, os produtores buscam quitar algumas dívidas e financiar uma parcela da produção do próximo ano, e acabam ofertando mais milho no mercado.

Milho no mercado físico – saca de 60 kg

      • Rio Grande do Sul: R$ 45
      • Paraná: R$ 36,50
      • Campinas (SP): R$ 41
      • Mato Grosso: R$ 28
      • Porto de Santos (SP): R$ 40
      • Porto de Paranaguá (PR): R$ 39,50
      • São Francisco do Sul (SC): R$ 39,50
      • Veja o preço do milho em outras regiões

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel

      • Dezembro/2018: US$ 3,43 (-4,75 cents)
      • Março/2019: US$ 3,55 (-4,50 cents)

Boi

Apesar da entrada da segunda quinzena do mês, período sazonal de menor consumo, a oferta restrita de boiadas não deixa espaço para quedas nos preços, de acordo com a Scot Consultoria. Na prática, a dificuldade em compor as escalas de abate tem resultado em valorizações no mercado do boi gordo.

Com isso, das 32 praças pesquisadas pela Scot, houve alta em dez, considerando o preço à vista. Em Marabá (PA), onde a oferta de boiadas está menor, o preço da arroba subiu 5,4% desde o início do mês e está cotada, em média, em R$ 137, à vista, livre do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). Já em Araçatuba (SP), a arroba já é cotada e R$ 151, com pagamento em 30 dias.

Mesmo com valorizações menos intensas que nas semanas anteriores, o que já era esperado, uma vez que o período é de redução no consumo, o mercado segue em alta.

No mercado atacadista de carne bovina com osso, o boi casado de animais castrados está cotado, em média, em R$ 9,94 o quilo. Alta de 3,9% desde o início do mês, afirma a Scot.  

Tendência de preços

O preço da arroba do boi gordo deve continuar firme, com expectativa de atingir R$ 153 em novembro. Segundo a Scot, analisando uma média dos últimos dez anos, os três meses finais do ano são caracterizados por período de valores maiores do animal, o que gera uma expectativa de alta do produto.

Além disso, a redução do número de animais confinados, na comparação com o ano anterior, devido à atratividade limitada dos preços, pode ser outro fator altista.

“Mais recentemente, houve uma melhora nos preços, mas isso gera uma dúvida se o pecuarista conseguiu colocar o animal neste sistema”, explica o analista Hyberville Neto.

Como último fator de alta para os preços, a consultoria explica que o período do fim de ano, quando há maior fluxo de dinheiro entre a população, tende a colaborar com o consumo. A expectativa de demanda é que em 2018 a economia seja melhor que o ano passado. 

Boi gordo no mercado físico – arroba à vista

      • Araçatuba (SP): R$ 150
      • Triângulo Mineiro (MG): R$ 145
      • Goiânia (GO): R$ 138
      • Dourados (MS): R$ 144
      • Mato Grosso: R$ 128 a R$ 132
      • Marabá (PA): R$ 137
      • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,30 (kg)
      • Paraná (noroeste): R$ 148
      • Sul (TO): R$ 134,50
      • Veja a cotação na sua região

Dólar e Ibovespa

O dólar terminou o pregão em alta de 0,41%, cotado a R$ 4,1422 para venda, invertendo a tendência de queda registrada na segunda, quando a moeda apresentou desvalorização de 1%. O Banco Central mantém a política tradicional de swaps cambial, equivalente à venda futura da moeda norte-americana.

Segundo a consultoria Safras & Mercado,  a pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), com foco nos números de Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), é foco do mercado, e ainda os respingos do ataque à Jair Bolsonaro (PSL), na corrida eleitoral.

“A volatilidade explicou bem o movimento do mercado hoje com ajustes, zeragem de posições à espera da pesquisa Ibope e o exterior com momentos de instabilidade, com a moeda estrangeira operando sem direção definida”, diz o economista da Quantitas, João Fernandes.

A cautela com a pesquisa acelerou os ganhos da moeda estrangeira no mercado à vista e no futuro, que avançava 0,60%, acima dos R$ 4,16, o contrato para outubro. Lá fora, o movimento foi ancorado pela nova rodada de supertarifação entre Estados Unidos e China.

Na segunda, Donald Trump havia anunciado a cobrança de 10% sobre US$ 200 bilhões de produtos importados da China a partir do dia 24, podendo se estender a 25% no fim do ano. O governo chinês disse que vai retaliar com a tarifas entre 5% e 10% sobre um total de US$ 60 bilhões em produtos norte-americanos.

Segundo o diretor da Correparti, Ricardo Gomes, os investidores “mitigaram” as consequências do novo capítulo da guerra comercial entre os países. O que fez agentes optarem pela compra de risco em detrimento de ativos que representam maior segurança. O que levou os títulos de dívida do governo norte-americano, as Treasuries, de 10 anos (T-Note), subirem mais de 3%.

Fernandes reforça que o desempenho da moeda na abertura dependerá dos números de intenção de votos apurados pelo Ibope. “Se o Bolsonaro tem teto para crescer mais e até romper os 30% e se o crescimento do Haddad manterá o ritmo acelerado. Por mais que fosse esperada a transferência de votos do [ex-presidente] Lula para ele, era probabilidade. Agora é realidade”, pondera.

O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), encerrou o dia em alta de 1,99%, com 78.313 pontos.


Previsão do tempo para quarta-feira, dia 19

Sul

A porção centro-oeste da região Sul permanece com tempo instável, que também atinge desde o litoral sul gaúcho até o norte paranaense. Atenção para o oeste do Paraná, onde há condição para chuva um pouco mais volumosa, com potencial para descargas elétricas e rajadas de vento de intensidade moderada a forte.

No Rio Grande do Sul, a chuva aparece de maneira fraca e muito isolada, sem risco para transtornos. Além disso, por conta de ventos de sul, as temperaturas e a sensação térmica caem levemente, porém sem chegar a extremos. Só não chove entre a Serra Gaúcha e o litoral paranaense, área que inclui as capitais Curitiba e Florianópolis.

Sudeste

O tempo segue instável em toda a região, com os maiores acumulados concentrados nas áreas de São Paulo e Minas Gerais que fazem divisa com Mato Grosso do Sul – há até risco de granizo.

A Região Metropolitana de São Paulo, o Vale do Paraíba e o estado do Rio de Janeiro permanecem com chuva fraca, sem potencial para transtornos. As temperaturas seguem mais amenas, porém sem sensação de frio ao longo do dia.

Centro-Oeste

Grande parte da região continua com tempo instável, com os maiores acumulados se concentrando em Mato Grosso do Sul e em parte de Mato Grosso.

Somente no norte de Goiás é que o tempo permanece seco e com temperaturas elevadas, deixando a sensação de calor alta e a umidade relativa do ar, baixa.

Nordeste

O tempo segue seco no interior nordestino, deixando a umidade relativa do ar baixa e uma forte sensação de calor no meio da tarde. A chuva se concentra no extremo leste da região, que vai desde Alagoas até o Rio Grande do Norte, ou seja, na faixa litorânea. Esta chuva vem de forma fraca e isolada.

Norte

Praticamente toda a região permanece com tempo permanece instável, com os maiores acumulados se concentrando na faixa oeste. Nessa área, a chuva vem acompanhada por raios e rajadas de vento de intensidade forte. No Tocantins, entretanto, o tempo seco predomina ao longo do dia.