O impacto da pandemia da Covid-19 sobre o setor cafeeiro global deve ser profundo, abrangendo produção, consumo e comércio internacional, afirma a consultoria Cogo – Inteligência em Agronegócio. “Do lado da demanda, ainda há dúvidas se o aumento do consumo de café em casa será suficiente para suprir o fechamento de cafeterias, bares e restaurantes”, frisa.
Entretanto, os estoques de passagem apertados e a bienalidade negativa da safra 2021/2022 no Brasil devem impedir quedas acentuadas de preços nos mercados interno e global.
A Cogo destaca que por causa dos investimentos feitos nos últimos anos no setor cafeeiro, o Brasil tem sentido menos a desvalorização dos preços globais do que outros produtores. O país tem uma situação diferente da maioria dos demais players, pois investe há muitos anos em pesquisa, com produtividade média de 30 sacas de 60 quilos por hectare. Colômbia, Honduras e El Salvador, por exemplo, tem média de 10 sacas por hectare.
“Um diferencial é o fato de os custos de produção no Brasil não estarem tão diretamente atrelados ao dólar, como ocorre em outros países”, acrescenta”.
O Brasil exporta para mais de 150 países e hoje detém 30% do comércio global. Além da maior eficiência em produção e exportação, há um aumento consistente do consumo interno, com uma demanda crescente.